“Dia de Cora Coralina” – Seu dia é comemorado em 20 de agosto, data do seu nascimento no ano de 1889, em Cidade de Goiás (Goiás Velho), e morreu no dia 10 de abril de 1985 em Goiânia
Cora Coralina é conhecida por suas poesias que retratam a vida simples do interior do Brasil, abordando temas como a natureza, a simplicidade, a vida cotidiana e as tradições locais.
No final dos anos 80, professores de Literatura se reuniram com representantes do Ministério da Cultura e assim instituíram 20 de agosto como dia de Cora Coralina.
Nessa data as escolas homenageiam essa grande artista, que também foi uma excelente empreendedora.
Seu nome verdadeiro era Ana Lins dos Guimarães Peixoto.
Reza a lenda que os avós de seu avô, no século XIX, compraram uma casa antiga datada do XVIII, às margens do Rio Vermelho.
Alguns historiadores dizem que a escritora costumava conversar com fantasmas da casa antiga e com espíritos às margens do rio.
Pesquisadores também afirmam que Ana Lins aprendeu a fazer doces aos cinco anos de idade e que esse era um dos seus passatempos favoritos.
Ela iniciou sua carreira literária aos 14 anos publicando textos em jornais.
Também foi com essa idade que ela adotou o pseudônimo de Cora Coralina.
Reza a lenda que ela estava admirando o Rio Vermelho e os espíritos desse rio, com quem ela costumava conversar sugeriram esse nome.
Aliás, Cora Coralina significa Coração do Rio Vermelho.
Segundo o professor Antônio Sandmann, do curso de Letras da UFPR, a palavra Cora, no Latim vulgar, significa coração e também era um apelido que era dado a deusa Perséfone que gostava de vestir a cor vermelha.
Já a palavra Coralina significa algo da cor do coral, ou seja, vermelho. Em algumas línguas, da Idade Antiga, a palavra Coralina também poderia significar lagoa de água avermelhada.
Essa escritora ainda na juventude criou um jornal literário feminino, junto com as amigas, chamado A Rosa.
Em 1910, ela publicou o conto intitulado: Tragédia na Roça.
Ainda moça, Cora Coralina se apaixonou por um advogado divorciado chamado, Cantídio Tolentino Bretas.
Mas como, naquela época, o divórcio ainda não era legalizado no Brasil, a família da escritora não aceitou o relacionamento.
Assim, ela fugiu com o amado em 1911 e foi viver com ele na cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo.
Em 1922, a escritora foi convidada para participar da Semana de Arte Moderna, porém o marido não deixou.
Na Revolução Constitucionalista de 1932, Cora Coralina alistou-se como enfermeira e também como costureira de uniformes.
E 1934 seu esposo morreu e ela se viu com filhos pequenos para criar.
Porém ela teve a ideia de fazer doces para vender, já que ela tinha essa habilidade desde seus cinco anos de idade.
Assim, a mulher começou vendendo as guloseimas para vizinhos e conhecidos.
Para conquistar clientela, ela passou a colar papéis nos vidros dos doces com pequenos poemas, que se transformaram em verdadeiras ferramentas de Marketing.
Na verdade, seus produtos eram tão bons, que ela conseguiu freguesia na cidade inteira e até em regiões vizinhas.
Em 1936, ela se mudou para Andradina onde começou a escrever para o jornal da cidade, sem abandonar sua produção de doces.
Em 1956, a mulher volta para Goiás.
Em 1959 decidiu aprender datilografia para mandar seus textos escritos à máquina para os editores.
Depois de muita luta, em 1965, depois dos 75 anos de idade, a mulher conseguiu realizar o seu sonho de publicar o primeiro livro “O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais”.
Algum tempo depois, ela chegou a gravar um disco declamando e cantando alguns poemas de sua autoria pela gravadora Paulinas.
Depois nos anos 90, esse mesmo disco foi relançado em CD.
Em 1970, Cora Coralina tomou posse da cadeira número 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás.
Em 1976, lanço a obra “Meu Livro de Cordel”.
Em 1980, o poeta, Carlos Drummond de Andrade, elogiou essa artista da na mídia, fato que despertou o interesse do público sobre seu trabalho.
No começo dos anos 80, essa escritora ganhou o Troféu Jaburu pelo Conselho Estadual de Cultura de Goiás.
Também ainda, no começo dos anos 80, mesmo tendo estudado somente até o equivalente ao segundo ano do atual Ensino Fundamental, recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás.
Algum tempo depois, foi a vencedora do concurso Intelectual do Ano do Troféu Juca Pato, sendo a primeira mulher a ganhar esse prêmio.
Em 1984, foi eleita Símbolo da Mulher Trabalhadora Rural pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Aliás, Cora Coralina teve como seus temas o cotidiano e os marginalizados.
No início de 1985, ela lançou o livro, Estórias da Casa Velha da Ponte, com lendas urbanas da região onde nasceu.
Cora Coralina faleceu vítima pneumonia no dia 10 de abril de 1985.
Logo após sua morte, parentes, amigos e fãs montaram a Associação Casa de Cora Coralina.
Em 1989, essa associação criou o Museu Cora Coralina na casa que a escritora habitou na cidade de Goiás.
Lá existem objetos que a artista usava, livros, jardins floridos e bica de água potável.
Cora Coralina além de ser uma grande escritora, foi uma excelente empreendedora porque, depois que ficou viúva, lançou seu próprio negócio fazendo deliciosos doces.
Assim ela provou que para brilhar no empreendedorismo não é necessária grande escolaridade. Pois esforço, força de vontade e criatividade são as características principais para a mulher brilhar em qualquer setor.
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