O Dia Internacional da Mulher é o produto de um conjunto de atividades e batalhas do sexo feminino por direitos trabalhistas, políticos e sociais, que são debatidos desde o início na segunda metade do século XIX até hoje.
Durante o século dezenove, além das mulheres trabalharem até por mais de dez horas por dia em lugares sem condições de higiene e segurança, o preconceito era grande na hora de empregar as moças nas fábricas e no comércio. Pois, geralmente, os empresários se negavam a dar emprego para mães solteiras, lésbicas, ex-escravas, órfãs e jovens que desejavam sair da prostituição. Relatos dos jornais, mais revolucionários da época, e a própria literatura comprovam isto. Por exemplo: na obra, intitulada Os Miseráveis, do autor Victor Hugo, o personagem Jean despede uma moça, de sua fábrica, ao descobrir que ela é mãe solteira. O escritor, através deste livro, mostrou a hipocrisia da época.
No dia 8 de março de 1857, operários de uma fábrica de Nova Iorque fizeram greve pelos direitos trabalhistas do sexo feminino. A manifestação foi coibida através da violência pela polícia. Em oito de março de 1908, operárias do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram um protesto para recordar a manifestação de 1857 e pedir o voto das mulheres. Mas esta manifestação, também, foi reprimida pelas autoridades competentes.
O fato mais marcante aconteceu no dia 25 de março de 1911, pois mais de cem trabalhadoras faleceram queimadas num incêndio, numa indústria têxtil, em Nova Iorque. Os óbitos aconteceram por causa das péssimas condições de segurança do lugar. Mas o mundo inteiro reagiu e por consequência houve mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho em todos os lugares da face da Terra.
Mas só em 1910, no meio de uma reunião na Dinamarca, foi que o dia 8 de março virou o “Dia Internacional da Mulher”, em lembrança à manifestação pelos direitos das mulheres e como maneira de conseguir embasamento internacional para a batalha em favor do direito de voto para o sexo feminino. Porém apenas no ano de 1975, no meio do Ano Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações Unidas) começou a comemorar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março.
No Brasil, no dia trinta de abril, é comemorado o Dia Nacional da Mulher em homenagem a enfermeira feminista, voluntária da Cruz Vermelha, chamada Jerônyma Mesquita. Esta senhora nasceu no dia trinta de abril de 1880. Ela lutou pelo direito ao voto feminino, lançou o Manifesto Feminista fundou o Movimento Bandeirante, a Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino e o Conselho Nacional das Mulheres. Sem medo de preconceitos Jerônyma, em algumas ocasiões, apareceu em público usando calças, cabelos curtos e fumando numa época em isto não era permitido para as damas. A lei que instituiu o Dia Nacional da Mulher foi a 6.971 / 1980.
Tanto no dia oito de março quanto no dia trinta de abril são realizados eventos e palestras sobre os direitos do sexo feminino. Mas devemos ter consciência que o dia das mulheres é todo o dia. Pois ao vermos algum preconceito, ou, violência contra o sexo feminino, temos a obrigação de denunciar o fato às autoridades competentes. Aqui, precisamos lembrar da lei Maria da Penha, apelido da lei número 11.340, de sete de agosto de 2006, que é um dispositivo legal brasileiro que tem o objetivo de impor austeridade nas punições sobre crimes domésticos. Este nome foi dado em homenagem à Maria da Penha Fernandes que foi baleada pelo marido e por isto ficou paraplégica.
Tanto no dia internacional como nacional da mulher precisamos lembrar de obras da literatura que falam sobre mulheres fortes, como exemplos:
- Luzia-Homem do autor Domingos Olímpio: Publicado em 1903, este livro fala sobre uma jovem que ama como mulher, mas trabalha como homem. Pois faz serviço pesado na construção de uma prisão e vive uma “amizade colorida”, relacionamento que era tratado como um tabu na época.
- Grande Sertão Veredas do autor Guimarães Rosa: Nesta obra há uma personagem chamada Diadorim, que se veste como homem para pegar em armas e lutar.
- A Rainha da Neve de Andersen: Este conto serviu de base para o desenho Frozen dos estúdios Disney. Trata-se da história de uma rainha que faz de tudo para reaver seu reino e que se nega a ter um príncipe encantado ao seu lado.
Aqui concluímos que os direitos das mulheres devem ser respeitados todos os dias. Então para isto é importante tomarmos como exemplos as mulheres fortes da História.