Quantas vezes precisamos afirmar isso?
Somos mulheres e humanas – Ficamos muitas vezes presas a estereótipos que a própria sociedade nos impõe e que constantemente nos cobramos para ser algo que no fundo não somos.
O título de “mulher maravilha” é muito disseminado como algo nobre e lindo. E o que realmente significa ser essa tal maravilha? Aquela que dá conta de tudo? A que: “comigo ninguém pode”, a gostosona, a malhada, a bela e enfeitada, a corajosa, a supermãe, a empreendedora, a líder, desbravadora, corajosa, e por aí vai…
Títulos que são colocados e impregnados na nossa mente e que tentamos atender de alguma forma todos esses patamares, para ser no fundo aceita e ou reconhecida.
E por que insistimos nisso?
Nós já somos mulheres fortes, por que buscamos isso incansavelmente? E ainda sim ficamos absurdamente cansadas? Já se sentiu assim?
Vamos voltar um pouco no tempo. É muito importante que possamos compreender quem nós somos, a nossa história, a maneira como as mulheres eram tratadas, a submissão dentro do casamento, a falta de reconhecimento do trabalho doméstico, a violência, os abusos, os medos, os traumas e grandes renúncias que essas mulheres foram capazes de fazer para que nós pudéssemos estar aqui.
De qualquer maneira elas também fizeram as suas escolhas, e não há nada de certo, nem errado nisso. Apenas dentro das possibilidades que tinham, fizeram o que deram conta.
Era um outro contexto, outro momento, e com muito menos recursos, saibam: com muito menos mesmo. E foram capazes de realizar grandes coisas, foram fortes, desbravadoras e de verdade, muito mais corajosas que nós.
Porém viemos dessas gerações querendo de alguma forma inconsciente fazer justiça, e ou fazer diferente, ou ter sucesso, se realizar na vida, ter uma carreira, ser uma excelente mãe, esposa, como se estas não tivessem sido tão perfeitas em suas atribuições.
Criticamos, julgamos e exigimos, principalmente de nossas mães.
É muita autocobrança também conosco. Não que não seja possível alcançar todos esses títulos, porém estamos muito menos dispostas a renunciar e abdicar de algumas coisas como as mulheres anteriores fizeram.
Assim o peso fica maior ainda. Somos mulheres e somos humanas, antes de tudo!
Já leu sobre o significado da “Mulher Maravilha”, a dos quadrinhos? Faça isso… é muitas exigências conosco.
Tá mais que na hora de assumirmos a nossa força feminina, nossas habilidades tão intrínsecas, que já existem em nós.
Parece que enrijecemos, endurecemos demais. Buscamos ser como os homens, competimos com eles o tempo inteiro! E posso dizer: jamais seremos como eles! O esforço é muito grande e mesmo assim nos desgasta.
Deixar o homem cuidar de nós é uma das grandes renúncias a serem feitas pelas mulheres. Nós somos tão autossuficientes, damos conta de tudo, carregamos peso, nos sustentamos, pagamos as nossas contas e muitas vezes, lá no fundinho nos sentimos solitárias.
Somos mulheres, que possamos assumir essa nossa força através da nossa feminilidade!
Aprender a nos conhecer, encontrar nosso real valor, nossas forças e virtudes.
Aprender a dizer:
- não;
- agora eu não quero;
- isso não me faz feliz;
- estou cansada;
- esse projeto pode esperar;
- filho vem no meu colo;
- posso descansar um pouco?;
- me ajuda?.
São oportunidades que perdemos ao longo da nossa jornada de sucesso.
E aqui não é levantar bandeira a nenhum movimento social e sim encontrar um lugar dentro de nós de valor, de autoamor e muita estima por quem nós somos e quem precisou pagar o preço muito alto para estarmos aqui!
Isso nos exige uma postura de muita humildade, de honra, de aceitação e muita gratidão por aquelas que não puderam fazer o mesmo. Só isso, nos alivia o peso de querer fazer tão diferente.
E feminilidade no sentido de cuidar, zelar, se aceitar, intuir, sentir, agregar, conectar, proteger, sensibilizar e até construir… Esses são verbos que só o feminino é capaz de cumprir com maestria!
Aprender a nos usufruir da nossa força interior em tudo que couber na nossa vida! E com leveza na alma.
Abrir mão desse peso de querer fazer justiça, de fazer melhor, de a qualquer custo vencer. Com qual postura sigo buscando isso? O que realmente emerge no meu coração quando faço determinadas coisas?
Primeiro assumir que somos humanas, vulneráveis sim, imperfeitas e muito humanas!
Como a própria Brené Brown nos diz:
“tentar impressionar alguém é sempre um erro, porque envolve negociar a sua própria autenticidade em troca de aprovação. Você para de acreditar no seu valor e começa a lutar por ele”.
Que sejamos mais generosas conosco e com a nossa história, nosso destino e nossas escolhas.
É preciso encontrar o nosso valor, nossos recursos disponíveis, nossa fêmea e de uma vez por todas rasgar a camiseta da “mulher maravilha” para ser “mulher maravilhosa”.
Mulheres e Humanas!
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