Transformar o Barro, para Transformar a Vida

Quando a Cerâmica é Arte, Estilo de Vida, Renda e Liberdade

Transformar o Barro, para Transformar a Vida: Quando a Cerâmica é Arte, Estilo de Vida, Renda e Liberdade.

Você já pensou em virar a chave da sua vida com as próprias mãos? Foi assim comigo. Comecei na cerâmica quase por acaso, como um hobby, uma pausa criativa no meio da rotina corrida.

Eu mal imaginava que aquele momento de contato com o barro se tornaria parte indispensável da minha vida, da minha carreira e da minha renda. Hoje, a cerâmica me sustenta, me realiza e me conecta com outras mulheres que, assim como eu, desejam viver da sua arte ou fazer dela uma fonte de renda extra e realização pessoal.

Entendo que o que faz de nós uma verdadeira ceramista ou artista, é muito mais do que apenas dominar uma técnica. É ter coragem para dar forma a histórias, memórias e afetos que resistem ao tempo, numa sociedade que, muitas vezes, não valoriza como deveria o trabalho manual e autoral.

Cada peça é uma mensagem, um manifesto, um pedaço de quem somos. Mas quem decide transformar isso em negócio sabe que, além da modelagem e das queimas, existe o desafio do processo criativo e o do enquadramento no mercado: como precificar, divulgar, encontrar clientes e driblar a falta de visibilidade.

Entre a Arte e o Empreendedorismo: Barreiras Reais, Superações Possíveis

A cerâmica é uma arte milenar, que nos conecta internamente com toda a ancestralidade, ela continua viva e pulsante em cada nova peça criada.

Ainda assim, muitas ceramistas enfrentam barreiras para se sentirem confiantes de que o que produzem realmente é valoroso ou mesmo de ver suas obras reconhecidas como arte legítima e não apenas como objetos simples e sem uma real importância.

Muitas galerias ainda priorizam a pintura e a escultura, e ignoram o valor estético, técnico e cultural de uma peça feita em barro.

Por isso, quem empreende nesse ramo precisa ser também educadora: mostrar ao público, aos colecionadores e aos curadores que cada peça carrega um processo complexo, saberes ancestrais e uma criatividade que não se limita a moldar a argila.

Seja para quem está começando ou para quem já vive da cerâmica, os desafios são muitos:

  • Precificar de forma justa, equilibrando o valor do trabalho com o poder de compra do público;
  • Divulgar de forma eficiente, usando as redes sociais como vitrine e canal de venda — o que exige tempo, estratégia e constância;
  • Exportar, quando se quer conquistar o mercado internacional — lidar com embalagens seguras, altos custos logísticos e taxas alfandegárias;
  • Ter acesso a feiras, exposições e espaços culturais, que muitas vezes priorizam nomes já conhecidos.

No Brasil, a estrutura ainda é frágil: faltam políticas públicas, incentivos privados, espaços regionais para exposições e programas de financiamento que alcancem quem realmente está começando. Para muitas mulheres, o caminho é percorrido sozinha — mas não precisa ser assim.

A Força de Recomeçar (Ou Começar do Zero)

Eu sou prova de que é possível começar do zero, com pouco investimento, e ir crescendo aos poucos. Quando iniciei, não tinha ateliê, equipamentos caros ou grandes fornos. Trabalhei em casa, aproveitando cada cantinho livre. E foi aí que entendi que escolher a técnica certa faz toda a diferença.

Hoje, ensino minhas alunas a iniciarem seus negócios de forma acessível, para criarem joias em cerâmica de altíssimo valor artístico, sem precisar gastar fortunas logo de cara, podendo inclusive fazer suas queimas em casa, através do uso de uma mufla em conjunto com um micro-ondas.

É isto mesmo, a cerâmica nos permite ir muito além das modelagens tradicionais de utilitários ou esculturas, existem várias possibilidades, e uma das que vem ganhando cada vez mais espaço, é a joia em cerâmica, que se vale da boa relação entre a cerâmica artística e a moda autoral, sendo requisitada em locais de grande relevância e permitindo a valorização das peças, assim como a sua boa lucratividade nas vendas.

Essa é uma das maiores vantagens para quem quer começar: você pode criar joias autorais, peças pequenas, cheias de identidade, desenvolvidas em um espaço reduzido, com ferramentas básicas e muita criatividade. A mufla, por exemplo, é compacta, prática e perfeita para queimas de baixo custo, e pode ficar no cantinho da sua casa. É assim que muitas mulheres hoje conseguem ter uma renda extra ou até mesmo migrar para a cerâmica como profissão principal.

Para que mais mulheres façam essa transição e levem suas peças para o mundo, precisamos de apoio: cursos de preparo e aperfeiçoamento técnico e no fazer autoral, feiras acessíveis, parcerias com galerias, subsídios para produção, plataformas digitais que nos conectem com compradores dentro e fora do país e, principalmente, educação cultural para que o público valorize a cerâmica como arte.

Um Convite Para Você

Um convite para você -Transformar o Barro, para Transformar a Vida
Um convite para você -Transformar o Barro, para Transformar a Vida

Tenho muita satisfação em dizer, que se eu consegui transformar um hobby em propósito, carreira e renda, você também pode!

Porém, inicialmente, me sinto na obrigação de te alertar que se nunca colocou a mão no barro, que só faça se estiver realmente disposta a não conseguir ficar mais sem isto na sua vida, pois ela “é do mal”, chega de mansinho, de forma inofensiva e quando menos esperar, ela já faz parte de você.

Por outro lado, se estiver pronta para uma mudança de vida, então não hesite e vá em frente, tudo começa quando colocamos a mão no barro pela primeira vez, mas não termina aí. Cada peça moldada é também uma nova versão de nós mesmas: mais livres, criativas e donas da nossa história.

Quero então te contar como foi que a minha relação com a cerâmica começou. Eu já tinha mais de 20 anos como arquiteta e mais de uma década como professora universitária, com uma carga horária de 40 horas semanais na Universidade e atuando como arquiteta projetista fora de lá.

Estava exausta, com dificuldades para dormir e com sinais de ansiedade, assim comecei a buscar uma atividade ocupacional, passei por várias experiências em diferentes áreas.

Até que um dia toquei no barro pela primeira vez, arrisco dizer que foi na verdade um reencontro, ali me senti tão bem, que comecei a buscar conhecer mais e fui aprendendo através de livros e aulas avulsas pela internet, entre erros e acertos do aprender sozinha, consegui superar as dificuldades e me tornei ceramista.

Conciliei minha carreira acadêmica com a produção e venda de joias autorais em cerâmica, conquistando espaço em eventos, feiras e coleções. Hoje, ensino outras mulheres a darem o primeiro passo para ter uma fonte de renda própria, começando dentro de casa, com pouco investimento e grandes possibilidades de lucro.

Meu propósito é mostrar que transformar o barro em arte é, também, transformar a vida!

Caso isto faça sentido para você, tanto quanto faz para mim, te convido a conhecer meu trabalho mais de perto através das redes sociais através do Studio Korina Costa, pelas Redes Sociais:

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Foto de Korina Costa

Korina Costa

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