A divulgação na internet de imagens em 3d pelos profissionais das áreas de projeto tem priorizado o produto final das imagens com disputa do melhor ou pior profissional.
Às vezes fico triste quando percebo o caminho que a nossa profissão está tomando. Quando clientes nos procuram apenas para dar uma ideia ou simplesmente fazer uma imagem.
Talvez nesse mundo das postagens e imagens há um esquecimento de valorizar o processo e o desenvolvimento de todos os fatores até chegar nessa imagem. Ou todos os processos pós-imagens, falo de execução de obra, que requer inúmeras habilidades.
Estamos nos tornando muito gráficos e visuais e deixando de dar a devida importância ao processo.
Étriste dizer, mais existe pessoas que nos rotulam como produtores de imagens, sem se quer entender todos os processos envolvidos para que aquele ambiente chegue a ser realizado.
Erro do cliente? Talvez o erro esteja nos arquitetos supervalorizarem suas imagens e desconsiderarem os processos, a funcionalidade, a durabilidade dos materiais e o porquê das suas escolhas.
Outro fator é que parece que estamos fazendo imagens bonitas para diversas curtidas, sem levar em consideração o usuário e seu perfil.
Entendo também que existem profissionais com perfil bem definidos, e o cliente vai atrás desse profissional por conta dessa linha de estilo, porém não é disso que eu estou falando.
Estou falando da negligência em coletar dados do usuário, ainda mais quando o projeto é residencial, pois o usuário é mais especifico, e não levar em conta sua rotina, suas manias, seus gostos e seu estilo de vida.
A escolha de um profissional dessa área não pode ser baseada apenas na qualidade de imagens que são publicadas (não que não seja importante), mas outros fatores devem ser levados em conta também.
Afinal uma imagem bonita muita gente faz. Mas orientar sobre o melhor revestimento, sobre o tipo de luz, e transformar aquela imagem em realidade através da orientação de mão de obra (execução) é para poucos.
O jogo de cintura para lidar com os percalços de obra, imprevistos, e mão de obra muitas vezes desqualificada, não dependente de quem sabe fazer uma bela imagem.
E olha que obras são complicadas por si só, porque lidamos com pessoas e expectativas, e quando não tem experiência, lidar com essas frustrações do cliente é bem doloroso e sacrificante.
Todos acham ser fácil se tornar arquiteto ou design, por que muitos de nós resumimos a nossa profissão em imagens bonitas.
Mas quem conhece de perto nossa profissão sabe o quanto de estudo, conhecimento, técnica, dedicação, capacidade de síntese, análise, entendimento do comportamento humano, percepção visual entre outros conhecimentos são fundamentais para todo o processo de projeto.
Alguns podem dizer que a cultura do brasileiro não valoriza a arte, a criação e o planejamento, porém se todos os profissionais tomar essa responsabilidade de melhorar o mercado e tentar aos poucos apresentar e mostrar para seus clientes todo o processo, valorizando-o, quem sabe não estaremos plantando a sementinha da valorização da nossa profissão e não mais precisaremos nos deparar com pessoas que querem apenas um desenho.