A importância da voz feminina na cultura ética das empresas
Compliance para mulheres – de mulher para mulher – vai ao encontro da necessidade histórica de afirmação de todas as mulheres, independente do seu papel social e profissional de empreendedora ou colaboradora.
As mulheres sempre foram vistas como uma referência na busca por alternativas de gestão, que visem um ambiente de trabalho igualitário, com oportunidades iguais para homens e mulheres, sem discriminação, vencendo todos os estereótipos de gênero e criando um ambiente de sororidade para todas(os).
Essa realidade parece um sonho?
Sim, mas está bem próxima de uma grande realidade.
Compliance é um termo de origem inglesa e que, em uma tradução literal, significa “conformidade”. Nesse caso, a conformidade é com as leis gerais de uma determinada sociedade, seja nos aspectos administrativos, fiscais, éticos, civis, etc.
Tem como objetivo criar um ambiente de trabalho harmônico, agradável e assertivo, na medida em que se respeitam pessoas e práticas a partir dos princípios da urbanidade e da ética nas relações humanas; no respeito às leis, o que possibilita evitar ou, pelo menos, diminuir os riscos.
Com a melhora do ambiente corporativo, a empresa, não somente está protegida, mas, estará mais bem preparada para a competitividade e, consequentemente, prosperará ainda mais.
Sendo assim, o compliance passa a ser um importante aliado na luta das mulheres empreendedoras, que visam adotar esses valores como princípios de gestão mais humanas, democráticas e focadas nas políticas de igualdade de gênero.
Para as mulheres, o compliance possibilita que elas possam desempenhar suas atividades profissionais com segurança, determinação e confiança de que seu desempenho profissional será efetivamente reconhecido e valorizado.
Historicamente, observamos as mulheres sofrendo várias formas de discriminação, violência física, moral, sexual e, muitas vezes, sendo pressionadas entre a carreira, a profissão e outros sonhos e desejos, tais como o de ser mãe, de curtir sua gestação, ficar com seus filhos e conciliar carreira e família.
Com as normativas do compliance, elas poderão conquistar um canal de escuta ativa dentro dos ambientes profissionais, no qual poderá controlar, de forma mais assertiva e eficiente, todas as formas de relações tóxicas, abusivas e violentas em que muitas estão sendo vítimas e que, muitas vezes, não encontram segurança para denunciar.
Poderão contar com um recurso privilegiado para consolidação de campanhas, treinamentos e atividades que estimulem sua participação e possibilitem o seu desenvolvimento pessoal e profissional, através de oportunidades igualitárias a cargos, promoções e carreiras historicamente atribuídas aos homens.
Com essas iniciativas poderemos diminuir a triste defasagem existente entre a profissionalização de homens e mulheres, possibilitando diminuir os guetos arraigados do que são atividades de homens e de mulheres.
Outra contribuição do compliance é que, diminuindo e melhorando a vida das pessoas dentro das empresas e instituições, melhora o poder de competitividade, através da produtividade e do reconhecimento dos talentos; possibilita uma real mudança na cultura interna e externa das empresas, possibilitando relações íntegras e justas, que possam impactar no combate às distorções de condutas e de comportamento arraigados pela cultura patriarcal e machista.
E, com tudo isso, é inevitável a construção de uma imagem positiva da empresa perante a sociedade com um todo.
Deixaremos 5 dicas de como iniciar um processo assertivo e efetivo de compliance dentro de sua empresa:
- Criação de uma equipe multidisciplinar com a participação de mulheres e de homens, com proporcionalidade e equidade para os estudos dos problemas existentes e que não estão em conformidade com as diretrizes gerais da empresa;
- Consolidação de um programa de treinamento, tais como: cursos, palestras, workshop e campanhas internas e externas sobre os temas relevantes que estão em desconformidade com os valores e as normativas de conformidades específicas da sua empresa;
- Elaboração ou revisão dos instrumentos de regulamentação e de gestão de condutas pessoais e coletivas da empresa. Nessa fase deverão ser regulamentadas as temáticas de discriminação, preconceitos, posturas e atitudes comportamentais inadequadas, inclusive as que são “socialmente aceitas”, mas, que causam constrangimentos, bullying e são atos de violência velada contra as mulheres e minorias dentro do ambiente profissional.;
- Criação de instrumentos internos de denúncia que sejam seguros, assertivos e efetivos. Assim, a sua empresa terá um ambiente que reflete os princípios, valores, ideais e normativas, cotidianamente em todos os níveis hierárquicos;
- Consolidar um ambiente de trabalho próspero, produtivo e assertivo, onde todas(os) sintam-se acolhidas(os), com seus direitos e deveres respeitados. Sintam-se pertencendo a uma estrutura eticamente sólida, justa humana e fraterna.
Assim, acreditamos que, com essas orientações e práticas, poderemos elevar o nível de comprometimento interno e externo das(o) colaboradoras(es) e construir uma referência de empresas cidadãs que desejam contribuir para um mundo mais humano e igualitário para mulheres e homens.
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