O que é que a baiana tem?
O Bobó ou a moqueca? Ela precisava decidir porque a noite receberia alguém que queria impressionar. Pura felicidade. O convidado um argentino de passagem pelo mundo que apreciava muito falar sobre “explosões de sabores”, ainda mais em tempos em que todo mundo gosta de ser um pouquinho “masterchef”.
A vizinha baiana apostava na moqueca, a amiga capixaba concordava mas alertava que moqueca que é moqueca não leva azeite de dendê. Iniciada a treta não se sabia nem se a amizade subsistiria.
O pai alertou que na dúvida se consulta quem realmente entende: a avó.
Parece que bobó dava certo na família desde que o avô fora conquistado pelo estomago. Muito machista? Não importava, ela queria resultados! Prato de família tem história, memória e apelo emocional, ganha sempre!
Receita devidamente anotada chegou à conclusão que se fizesse uma moqueca sem dendê e com um pouco de mandioca (aipim ou macaxeira, mas esta é outra treta) teria um bobó perfeito.
Mas nada é tão fácil…com ou sem coentro? Aí virou caso de polícia, amor e repulsa na mesma frase.
Como o convidado era argentino decidiu que o melhor seria pedir uma pizza, grande, bem recheada, e sem economizar nos sabores: “meia portuguesa, meia estrogonofe, adicional de Catupiry, borda recheada de Cheddar.”
Mesa posta e polêmicas à parte, uma garrafa de vinho (argentino naturalmente) e um convidado atônito: “Que es? Em Brasil no sabes como hacer una pizza de queso?” Muita cultura em uma rodela de massa.
E o requebro da baiana? Você já viu uma baiana colocando dendê no tacho? Corpo, alma e azeite em ondas circulares e harmoniosas. Pura cultura, puro requebro. Ela devia ter feito moqueca. Baiana.
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