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Contador de Histórias Orais, comemorado dia 20 de março

Contador de Histórias Orais, comemorado dia 20 de março

Conto Falado, uma Arte Milenar

Contador de Histórias Orais, comemorado dia 20 de março porque nessa data, em 1991, na Suécia aconteceu um evento para reunir os contadores de histórias do mundo inteiro.

Antes do ano 2000, existiam duas grafias distintas:

  • História: para designar a matéria estudada na escola.
  • Estória: para denominar um conto.

Mas a História e a “estória” estavam tão ligadas entre si que os professores de Língua Portuguesa decidiram colocar a grafia, história, tanto para designar a matéria ensinada na escola como para denominar um conto.

A única diferença estabelecida foi que, História com “H” maiúsculo serve para denominar a matéria ensinada na escola e história com “h” minúsculo fica para denominar um conto.

A contação de histórias, através da voz, existe desde a antiguidade.

A própria Mitologia Grega, que abriu portas para a Literatura tradicional, começou através de relatos orais sobre as lendas dos deuses.

Assim outros povos antigos também tinham seus contadores de histórias que falavam os mitos de seus deuses.

Quando grande parte da população ainda não sabia ler, as famílias contratavam contadores de histórias orais.

Os bardos medievais, na Idade Média, auxiliavam nos relatos históricos das guerras por meio das descrições de glórias dos aliados e fracassos dos inimigos.

Na Idade Média, para diferenciar um conto fictício de um relato real, os contadores sempre começavam o causo fantasioso com a expressão: “Era uma vez…”

Isso era necessário para que as pessoas soubessem diferenciar fantasia de realidade. Pois naquela época, apesar da religião rígida, o povo não sabia diferenciar a ficção do que era real.

Por exemplo: se o contador oral falasse um causo fictício, sem começar com a expressão, ”era uma vez”, e o espectador depois ficasse caçando fadas nos bosques porque confundiu fantasia com realidade, o contador poderia ser condenado à pena de morte com fogueira ou força em praça pública.

Naquela época, a lição de moral no fim de cada relato oral era obrigatória por causa da religião.

O mais interessante foi que mesmo o conhecimento científico foi passado através de relatos orais.

Os contos-de-fada começaram sendo passados, oralmente, de mães para filhos.

Eles duram até hoje porque trabalham com o inconsciente coletivo, que são elementos universais escondidos na mente de qualquer ser humano, principalmente, nas mulheres.

Abaixo, os principais contos orais tradicionais que inspiram as empreendedoras:

  • A Galinha Ruiva: pediu ajuda aos amigos para cozinhar, mas os preguiçosos se recusaram. Na hora de comer, os folgados apareceram, mas a galinha explicou que comeria sozinha, pois ninguém ajudou a pobre. Moral do conto: no empreendedorismo devemos auxiliar apenas quem ajuda a gente para não levar prejuízo.
  • Os três porquinhos: o lobo mau destruiu as casas de madeira e de barro. Mas não conseguiu destruir a casa de cimento. Moral da história: o que é concreto, o inimigo não destrói.
  • Rapunzel: a princesa de cabelos compridos ficou trancada na torre. Mas suas tranças trouxeram um príncipe. Lição do conto: quando estiver sem saída, a solução está na sua cabeça.
  • Branca de Neve: ela comeu a maçã envenenada por uma bruxa. Moral da fábula: cuidado com quem você compra produtos.
  • A vendedora de fósforos: menina órfã que vendia fósforos nas ruas, no frio, bem na época de Natal. Ela mudou de táticas, mas não desistiu. Afinal, toda a empreendedora, deve mudar de tática, porém não deve desistir.
  • O Gato de Botas: mostra que todo o empreendedor precisa ter lábia e jogo de cintura se quiser sobreviver.
  • A Cigarra e a Formiga: a formiga trabalhava enquanto a cigarra cantava. Por isso, no inverno, a formiga tinha estoque de comida, enquanto a cigarra quase morreu na neve.

Aqui, a intenção dos contadores de histórias era falar para as crianças que a criatura que se esforça se dá bem. Mas, infelizmente, isso não é real. Basta você lembrar dos baladeiros farristas do segundo grau, que viviam em baladas e hoje estão ricos, enquanto você, que se esforçou, precisa controlar tudo para não passar necessidades.

Já, no meu caso, eu não curtia muito quando falavam contos-de-fada porque os finais das princesas eram sempre os mesmos: casavam com príncipes no final.

Então, eu me perguntava:

  • Por que os heróis eram sempre os príncipes?
  • Por que não médicos, advogados, engenheiros, pedreiros, etc.?

Porém eu gostava quando me contavam Lendas Urbanas, como:

  • A Loira-Fantasma;
  • A Noiva do Belvedere;
  • A Vaca Cherrie do Bairro Bacaheri;
  • A Polaca da Barreirinha;
  • Maria Bueno.

Eu conheci essas lendas e outros causos através de relatos orais de mulheres mais velhas ainda na infância.

Na Idade adulta, fui trabalhar em lojas e recolhi contos falados pelas clientes.

Em 2013, surgiu meu livro Lendas Curitibanas 1.

Em 2019, veio a obra Lendas Curitibanas 2.

Abaixo a lista da importância do contador de histórias orais:

  • Não deixa a cultura oral morrer;
  • Anima as pessoas ao seu redor;
  • Estimula a sensibilidade artística.

A contação de histórias orais pode ser aplicada em:

  • Alfabetização;
  • Tratamentos psicológicos para amenizar traumas;
  • Animar visitantes em um passeio turístico;
  • Desenvolver a expressão verbal.

Já foi comprovado que quando um comerciante deseja atrair clientes, basta contratar um contador de histórias para chamar tanto crianças quanto adultos ao estabelecimento.

Aliás, saber contar histórias pode salvar vidas!

Na obra, As Mil e Uma Noites, Sherazade contou uma história diferente a cada noite para não ser morta pelo Sheik.

Também existia a Lenda do Maníaco do Conto, onde um serial killer pedia para que a vítima contasse um conto para que não fosse morta por ele.

Existe até um ditado famoso que diz:

  • “Quem conta um conto, aumenta um ponto.”

Além disso, toda a empreendedora que se preze antes de tudo é uma excelente contadora de histórias. Pois para vender é preciso relatar um conto para conquistar o cliente.

E você?

Já contou uma história para alguém hoje?

Entre em contato para mais informações sobre este assunto, pelo Instagram: @lucianamallon

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Luciana do Rocio

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