Os animais são “terapeutas” promotores de saúde aos humanos através do afeto.
Afeto! Os laços de amor e amizade estabelecidos entre homens e seus filhos não humanos, levaram a ciência a ampliar o seu olhar e buscar nesta parceria de lealdade e companheirismo, este elemento vital para a recuperação de pacientes hospitalizados.
O amor do animal é o principal ingrediente no tratamento, objetivando promover a melhora social, emocional, física e cognitiva de pacientes humanos. Amor que trás acima de tudo, felicidade e alegria.
A Terapia Assistida por Animais (TAAs), também conhecida como pet terapia é realizada por profissionais da área de saúde, com a finalidade de promover o desenvolvimento e recuperação dos pacientes.
É um trabalho em equipe multidisciplinar. Envolve médicos veterinários, médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psicólogos e enfermeiros, profissionais que realizam a tarefa visando o bem estar dos bichos e dos humanos.
Entretanto, hoje vemos com grande representatividade esta tarefa sendo feita por grupos não necessariamente da área de saúde, mas que apresentam em essência, o amor.
Você que tem um filho não humano sabe da riqueza que é compartilhar a vida com ele, não é mesmo?
Seguem alguns benefícios trazidos pelo amor dos animais a crianças, adultos e idosos:
- Melhoria na saúde física, psicológica, emocional e mental;
- Coordenação motora e desenvolvimento da memória dos assistidos;
- Diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial;
- Aumento da liberação dos hormônios relacionados ao prazer como a endorfina, levando a sensação de bem-estar e relaxamento;
- Liberação de dopamina, substância responsável por estimular o SNC;
- Eficaz em desordens neurológicas, ortopédicas e paralisia cerebral;
- Combate a solidão e baixa estima especialmente no caso de idosos que não mantém vínculos familiares;
- Promovem leveza e alegria aos ambientes hospitalares;
- Socialização, diminuição de ansiedade e depressão;
- Fortalecimento imunológico, o que favorece a recuperação da saúde e alta hospitalar mais rápida.
Segundo Nakano (2007), os pacientes que cuidavam de animais gastavam 16% a menos de medicamentos e saíam dois dias antes dos hospitais do que os doentes que não mantinham contato com os bichos.
O pesquisador BECKER (2006) afirma que:
“um cérebro confuso e ansioso envia mensagens desordenadas, confundindo o sistema imunológico. Um cérebro relaxado e equilibrado permite ao corpo e mente trabalharem em natural harmonia. Esse mecanismo explica porque o sentimento de amor tem um poder de cura”
Partilhando minha experiencia nesta atividade tão especial, fundei em 2016 o projeto social Pet Afeto. Reunimos tutores voluntários e seus cães para realizar visitas mensais a crianças em vulnerabilidade social e idosos em instituições de longa permanência.
Hoje o projeto atende também a ala pediátrica de um hospital na grande São Paulo.
Por ora, a maioria dos pets envolvidos no projeto são cães. Mas tivemos a presença mais que especial de aves, repteis, e roedores. Os gatos são muito bem vindos também.
Quantos afagos, sorrisos, lambeijos e diversão proporcionam aos assistidos. Quantos depoimentos emocionantes já tivemos a oportunidade de ouvir e vivenciar durante as visitas.
Os bichos derrubam barreiras emocionais e chegam até as “gavetinhas” mais recônditas da alma, preenchendo de afeto.
Neste momento, nós tutores conseguimos acessar o outro humano motivando-o para a recuperação e para a vida.
Importante destacar que os pets passam por avaliação de saúde e comportamental, que é realizada por médicos veterinários e adestradores respectivamente.
É imprescindível esta analise para identificarmos o perfil emocional de cada pet, e o quanto ele se sentirá confortável e feliz na tarefa.
Às vezes nos procuram tutores que tem o desejo de participar do projeto, mas que em avaliação constatamos que o pet não tem temperamento para lidar com a presença nem com o contato de estranhos ou outros animais.
E o bem estar deles é fundamental. Para levar alegria, é preciso que eles estejam alegres.
Já a saúde é controlada periodicamente por médicos veterinários como prevenção de zoonoses e especialmente para analisar se eles estão bem para seguir no programa de visitas.
Fato é que esta relação de afeto proposta pela Terapia Assistida por Animais (TAAs) já se estabeleceu há mais de 12000 anos atrás quando cães foram domesticados e passaram a conviver com os humanos.
Relação esta que foi se estreitando ao longo do tempo e que hoje representa uma fonte inesgotável de amor. Este amor transcende a espécie. Para o amor, basta amar.
Gratidão aos bichos pelo bem que me fazem e pela honra de partilhar este amor com outras pessoas.