Psiquiatra ou terapeuta - aEmpreendedora

Psiquiatra ou terapeuta, qual o personagem vocês representa?

Uma reflexão sobre qual personagem representamos no inconsciente de nossos clientes e o impacto dessa representação no processo terapêutico

Psiquiatra ou terapeuta, qual personagem você representa para seus clientes? Tenho certeza, muitos que são da área terapêutica, irão ler o título dessa matéria e imaginar que se trata do conceito de transferência e contratransferência.

Não estão de todo errados, vou contextualizar de forma rápida aos que não estão habituados a esses conceitos.

Psiquiatra ou terapeuta

Transferência é uma projeção do paciente/cliente na figura do terapeuta de pessoas, sentimentos, etc., que possuem relevância positiva ou negativa em sua vida.

Contratransferência é a forma como o terapeuta lida com essa projeção. Sua própria resposta emocional.

Essa troca realmente existe, a questão a qual proponho uma reflexão é a de que possamos parar para pensar em como compomos nossa persona terapêutica, se auxiliamos nesse processo de transferência, ou se atrapalhamos.

Quando trago o conceito para personagem, fica mais fácil a compreensão.

Vamos imaginar, por exemplo, um filme em que apenas o vilão é representado por um bom ator. Em cenas solos, ele causa, emociona. Porém, ao contracenar com os outros atores ruins do elenco, sentimos incomodo.

Afinal, ninguém demonstra a reação necessária ao que ele expressa, não sentimos verdade, nem vínculo entre eles.

O vilão nos absorve na trama, o resto nos lembra que se trata apenas de uma encenação. O filme, apesar do esforço de um, nos parecerá ruim.

No jogo de cena, e sei disso por formação, experiência e digo com propriedade, um ator tem que alimentar o outro.

Ser generoso. Entender o que pretendem transmitir juntos, acionando os gatilhos certos um em relação ao outro.

Devemos, na área da saúde mental, também aprender a construir o personagem correto para os atores da vida real, nossos clientes, os quais iremos contracenar.

Porém, o que acontece, na maioria dos casos é que se mantém de forma rígida um personagem fixo: o profissional sério, neutro, algumas vezes condescendente. Que acolhe sim, ouve, sempre mantendo certa calma, voz baixa.

É, ou não assim? Depois me contem nos comentários se já encontraram profissionais da saúde mental dessa forma.

Outro personagem, muito clichê eu diria, também facilmente encontrado é o do profissional sério, neutro, preocupado com os registros eletrônicos e com a fila do atendimento.

Esse, mantém um distanciamento emocional e preferencialmente olha nos olhos das telas digitais, como o computador, ao invés de olhar nos olhos de seus clientes.

Pensando nesses dois tipos de personagens que descrevi, o que eles alimentariam de reações em seus clientes? Estariam dando condições para que o jogo de cena acontecesse da melhor forma possível?

Creio que não. Por conta do conceito da transferência, obviamente muito importante, terapeutas tendem a ficar assim neutros, dizendo que as reações dos clientes tendem a ser apenas projeções.

Mas, nem sempre. Muitas vezes eles só estão reagindo ao personagem que a frente deles vai determinado as regras do jogo. Uma vez que são os profissionais.

Saber construir o personagem correto para cada cliente que atendemos, é de suma importância. Isso é ter a preocupação e saber traçar um tratamento singular.

E, com isso, não quero dizer que o profissional será um “falso”, interpretando para o cliente.

Apenas digo que é importante, por exemplo, ser o personagem cômico em algumas situações, para ajudar no processo de reencontro do cliente com o bom humor, por exemplo.

Em outras situações, precisaremos ser os vilões, os que irão contrariar, desafiar o cliente. Para ajudar a modelar respostas emocionais a suas frustrações.

Assim, entender os tipos de personagem existentes. E, como essas nuances podem ajudar nos atendimentos, é garantir vínculos mais produtivos nas sessões/consultas.

Mas, devemos também, fazer uma imersão em nós mesmos afim de entendermos o personagem terapêutico que tendemos a repetir.

Assim, conseguiremos saber as razões dessa persona escolhida entre psiquiatra ou terapeuta, podendo muda-la quando necessário.

Posso te ajudar nessa descoberta

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