As joias carregam consigo um universo de fascínio e simbolismo, cujo ciclo vital, de permanência e significado, é maior que outros objetos, se equiparando às artes plásticas.
Reconhecer a joalheria como manifestação artística é uma maneira de percorrer, dentro da história, por meio de seus mais remotos registros, a própria história da humanidade.
A relação de misticismo e beleza, a preciosidade e nobreza dos materiais, a resistência do ouro, da prata e dos diamantes, são alguns dos elementos que fizeram das joias objetos de desejo, em cuja representatividade é possível perceber muito mais do que a realidade nos permite.
A joia tem como função principal ser usada pelo corpo humano, mas, além da funcionalidade, valor material e o aspecto estético, existe uma dimensão simbólica que a joia contém, “a presença de uma ausência” ou “uma evocação de qualquer coisa que não está presente” ¹, carregando consigo o tempo e a memória de sentimentos, convicções e poder.
1.BÁRTOLO, José Manoel. Corpo e novas tecnologias na joalheria contemporânea.
Working Papers. Disponível em: http://www.cecl.com.pt/workingpapers/content/view/13/37/
As Primeiras Joias
Os mais antigos artefatos de joias conhecidos pertencem à Era Paleolítica, entre 30.000 e 18.000 A.C. Estas peças foram elaboradas por homens e mulheres que colecionavam seixos, conchas, ossos, dentes e garras de animais, possivelmente considerados valiosos por sua raridade ou beleza.
Algumas joias se converteram em símbolo de riqueza, força, coragem e status social enquanto que outras, dotadas de misticismo e de magia, foram utilizadas como amuletos, trazendo sorte, saúde e proteção contra todos os males.
Colares, anéis, pulseiras, medalhas e pendentes tem sido usada pelas pessoas, através dos tempos, refletindo hábitos, costumes e nos permitindo compreender melhor a formação da sociedade.
Um elo de união e comprometimento, “evocação de alguém que não está presente”.
Apesar das técnicas, estilos e conceitos inovadores da joalheria moderna e contemporânea, seu uso continua sendo motivado pela vaidade, emoção, superstição, status e segurança econômica.
Assim, portanto, podemos entender melhor o uso de crucifixos e medalhas com seus propósitos religiosos, das alianças de noivado e anéis de casamento, das joias de família, das coroas da realeza, das insígnias militares, das comendas e das medalhas concedidas aos heróis e atletas campeões em todos os tempos.