Desde criança, sem malícia nenhuma, gosto de me vestir com fantasias que representam animais. Isto sempre aconteceu não apenas no Carnaval, ou, no teatro da escola. Mas nas brincadeiras do dia-a-dia também.
O tempo passou e virei adulta. Porém a vontade de me vestir com figurinos de bichos não passou, ao contrário, aumentou ainda mais. Sempre tive vergonha de comentar sobre isto com um possível pretendente. Então resolvi pesquisar se havia algo de sobrenatural nisto. Assim descobri fatos históricos, pois nas civilizações antigas eram comuns as mulheres se vestirem com fantasias que representavam animais na lua-de-mel. Este hábito tinha relação com os totens porque segundo algumas religiões politeístas, a moça que dançava vestida de animal para seu marido, estava invocando as forças da natureza para protegerem a sua casa, o seu matrimônio e seu lar. Ás vezes este ritual nupcial durava uma semana porque a noiva se fantasiava de um bicho diferente com uma dança diversificada, a cada dia, para seu marido. As fantasias mais comuns eram de animais como: gata, tigresa, ursa, borboleta, raposa e ave.
Outros fetiches que sempre chamaram a atenção de muitas mulheres são as pétalas de rosas colocadas na cama pelo amado. Esta atitude, também, tem um lado espiritual. Pois em algumas civilizações antigas, o noivo tinha que preparar a cama do casal com pétalas de flores porque, segundo crenças politeístas, o perfume das pétalas atraiam os deuses do amor para abençoar a futura vida amorosa do casal.
O tempo passou e com a vinda do cristianismo, estes hábitos foram abolidos. Mas hoje temos academias onde existem aulas de danças tribais que resgatam este tipo de balé e seus relacionamentos com a natureza.
Portanto, se você acordar com vontade de se vestir de algum animal, ou, de ser surpreendida com pétalas de rosas, em sua cama, isto não é um fetiche qualquer. Pois se trata da sua alma clamando para que seu corpo entre em contato com as raízes naturais da espiritualidade. Afinal existem vários animais e deusas perfumadas dentro de nós.
Luciana do Rocio Mallon
