Não há tempo para se preparar a mudança já começou.
O Brasil vem enfrentando um dos seus maiores desafios na economia. Está andando aos trancos e barrancos para conter os gastos e pagar a dívida pública, reflexo da má fase política e administrativa dos recursos arrecadados. A fala dos novos governantes é “não gastar”, porém para gerar dinheiro é preciso que alguém faça investimento, logo, não necessariamente os estados no país viverão apenas para pagar contas. Quem irá assumir o custo, mais uma vez, será o povo, com uma diferença: o caminho será árduo, no entanto a expectativa é de crescimento.
Antes de categorizar certos caminhos que a economia pode tomar, é necessário entender porque os reflexos destes custos estão tão presentes na vida do brasileiro ultimamente. A diferença deste conflito para os que aconteceram anteriormente na história é o poder de compra. Tivemos acesso à qualidade de vida, isto vai desde a educação até a saúde com estatísticas impressionantes nunca conquistadas.
A chegada da classe média no mercado manteve os motores ligados, “todos” tinham o direito e a possibilidade, de fato, de consumir o que quisessem, mas nem tudo são as mil maravilhas a marolinha finalmente chegou ao país e todo este acesso foi junto com a onda dos milagres deixando grãos não de areia, mas de contas para quem gastou sem pensar no amanhã. E não julgo quem gastou, afinal se não comprasse naquele momento, qual seria a chance de gastar novamente?
Aliada à falta de governo a dívida pública caminhou junto do brasileiro que está perdido tanto na sua ideologia política quanto para onde foi o seu bolso com aqueles vinténs que havia conquistado com tanto custo. Estes aspectos negativos (e só negativos) chegam à conclusão de que a conta não fecha.
O ano é novo, mas a recessão continua. O Produto Interno Bruto (PIB) tem previsão de alta de 0,5% neste ano, já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode ficar com 4,87% em dezembro aumentando a expectativa de chegar à meta da inflação. A taxa de juros deste ano esta prevista a fechar com 11,25%.
O que isto quer dizer? O corte da taxa de juros deve ajudar na oferta de crédito ao consumidor e nas condições de investimento da economia. Até o meio do ano ainda se falará em desemprego (Curitiba tem uma taxa de mais 30 mil vagas de empregos perdidas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged) e demissões, com uma ressalva que este último diminuirá, pois as estruturas nas empresas estarão mais amarradas, aliás, é o empresário e as famílias que irão ditar através de seus controles financeiros como o país irá trilhar a partir de agora. Os empresários entram com os seus planos de negócio e as famílias se organizam para pagar o seu consumo.
Outros aspectos que tendem a mudar é a volta dos aluguéis, carnês, consórcios e estabilização na conquista da casa própria. Em meio à crise será mais difícil investir em um imóvel. O Banco Central terá em suas mãos o poder de direcionar a economia já que o Congresso está quebrado. Tudo indica aumento nos impostos e aplicação de projetos de privatização e incentivo de obras estruturais, pois as aprovações das emendas e medidas provisórias demoraram a ter impacto no país.
Já a tsunami Lava a Jato intensificou os registros dos gastos e irá nos beneficiar quanto ao desempenho dos novos prefeitos já que os governadores estão em uma situação lastimável não só com relação a sua atividade pública como também em relação a sua postura como governante. A boa perspectiva é de que os políticos sejam obrigados a seguir a risca a planilha de gastos visando cortes a privilegiados, suspendendo reajustes, coordenando uma nova estrutura em suas bases.
As perspectivas não são claras e objetivas o bastante para indicar o cenário brasileiro, porém 2017 promete ao menos aos empresários um direcionamento de controle de seus custos. Uns dizem cinco anos outros reduzem para 12 meses o restabelecimento da economia do país, mas a maioria dos especialistas é categórica em dizer que enquanto a crise política persistir nós teremos problemas em fechar as nossas contas.
Afinal, dependemos de investidores para apostar no Brasil. Ninguém quer levar produto quebrado pra casa, não é?
A Empreendedora