A mulher e o retorno da licença maternidade

Como se preparar para enfrentar todas as dúvidas, anseios e preocupações quando o assunto é o retorno da licença maternidade.

Quando olhamos a CLT e nos deparamos com o regime que trata da licença maternidade é possível entender perfeitamente que se trata de um regime que dá direito a 120 dias de recesso remunerado com garantia de estabilidade empregatícia por esse período.

Mas, o que há por trás de toda essa obrigação e direito legal?

A formação de uma família surge na vida das mulheres de diversas formas. A gestação é um momento especial, cheio de particularidades e uma mistura de sentimentos que afloram a pele trazendo diversas sensações.

Isso por que o processo de engravidar pode ter acontecido por um susto, um descuido, um planejamento, uma tentativa, um deslize, uma provocação, uma opção, um erro.

Pode até ser por tudo isso misturado ou por nada disso e diante de tantas possibilidades eu nem consigo pensar em quais outros motivos.

Independente do que levou a mulher a engravidar o cenário já é outro. Uma mudança gigantesca vai acontecer na vida dela. São tantas perguntas que às vezes nos sufocamos para encontrar as repostas.

Roupinhas, quartinho, sexo do bebê, madrinha, nomes, fraldas e tantas outras preocupações e novidades rondam essa nova mamãe e temos então até 9 meses para prepararmos tudo.

Deixar tudo em ordem, adaptar a casa, o restante da família, cuidar do corpo, da saúde, ajustar a agenda de consultas e exames, buscar dicas e casos de outras grávidas, são algumas das inúmeras atividades e gostosuras que a mulher deve viver nesse período.

Mas, para aquelas mulheres que também exercem uma atividade profissional é necessário administrar o trabalho, contar sobre a gravidez, organizar as tarefas, delegar tarefas, ajustar processos e garantir a volta ao trabalho.

Infelizmente muitas mulheres tratam a gravidez como um “brinquedo” ou uma “fonte de vantagem” no ambiente organizacional.

É muito importante entender que a gravidez não deve ser tratada como um problema nas empresas por isso as mulheres devem continuar sendo profissionais, competentes, responsáveis e dedicadas.

Ouço muitos gestores dizendo sobre os “abusos” que algumas grávidas trazem em seus comportamentos no dia a dia do trabalho.

Minimamente todos sabem que uma grávida necessita ir ao médico, realizar seus exames, se cuidar! Mas isso não precisa ser um elo de discórdia entre você e a empresa que você trabalha.

É sempre bom pensar no dia de amanhã e pensar em algumas questões. Como será seu retorno ao trabalho? De qual maneira você será lembrada? Seu gestor (a) sentirá sua falta? Nos novos projetos da empresa seu nome será cogitado?

Garantia de emprego não existe exceto para questões de estabilidade, mas é importante manter a boa prática e o bom relacionamento para seu retorno ao trabalho.

E por falar em retorno ao trabalho, esse é outro ponto crucial na vida de uma mulher após o nascimento do bebê.

São muitos os sentimentos que envolvem nosso coração mas acredito que o principal deles seja o medo.

Algumas semanas atrás encontrei em meu local de trabalho uma querida e amada amiga pessoal e colega de trabalho Liliane Moura, psicóloga, mestre em Psicologia da educação e coach, que ganhou a linda Maria Eduarda de Moura Cais poucos meses após eu ganhar meu pequeno Théo Lorenzo.

Claro que nossa conversa foi para saber como estavam os bebês, nossa nova rotina e como foi voltar ao trabalho.

Discutimos sobre o quanto é difícil retornar, pois, há uma preocupação tão grande e tantas questões a serem resolvidas que fica quase impossível não sentir medo e uma pontinha de tristeza.

Em outro momento a Liliane falou sobre a alegria de continuar trabalhando após a maternidade.

A escolha de continuar no mercado e conciliar casa, trabalho, família e todo esse mundo novo com a chegada de um bebê a fez sentir-se ainda mais útil.

Ela acredita que no futuro sua filha terá muito orgulho dessa mãe guerreira, dinâmica e multitarefas que escolheu ser.

Discutimos sobre algumas questões que toda mulher ao saber que está grávida e pretende retornar ao trabalho deve pensar também.

Selecionamos algumas dicas que podem ajudar você nesse processo. Parece difícil, cheio de questionamentos, dúvidas e muito medo porem se você estruturar dá para passar por essa fase com tranquilidade.

Pense em:
  • Voltar ao trabalho é mesmo uma decisão necessária ou você pode optar em dar um tempo no mercado de trabalho?
  • Você se programou quanto às férias? Veja com seu gestor (a) a possibilidade e tente administrar para tirar férias ao final da licença. Isso vai te dará um alívio muito grande!
  • Com quem ficará seu bebê?
  • Quem poderá te ajudar na administração da rotina do dia a dia para levar e/ou buscar o bebê?
  • Ajuste a agenda de rotina ao pediatra. É muito importante continuar acompanhando e se você sentir que é necessário fale com seu gestor (a) e alinhe as horas de ausência ou se programe para ser num momento fora seu horário de trabalho.
  • Deixe todas as necessidades do bebê em ordem para que ele não sinta falta do seu carinho. Papinha, sobremesa, roupinhas e brinquedos para o dia dele (a).

Deixar em casa aquela fofurinha que você cuidou por 120 dias é tão difícil que chega machucar.

Num determinado momento da nossa conversa vi que eu e Liliane estávamos de mãos dadas murmurando por uma saudade que não cabia no peito.

O começo é mesmo dolorido, cheio de ajustes, porém o amor que você tem pelo seu bebê e a satisfação de continuar em seu trabalho podem e devem ser tratados com tranquilidade, paciência e principalmente planejamento.

Lembre-se que você é uma mulher forte, corajosa, dedicada, profissional, mas não é de ferro. Não se sinta na obrigação de estar sempre firme.

Viva todos os momentos e as sensações da sua vida como mãe e ajuste cada necessidade para continuar sendo uma profissional brilhante que você é!

Assim à volta ao trabalho não será um marco negativo em sua vida e sim um processo que vai acontecer.

Boa sorte!

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