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A natureza das crises nas quatro estações da vida humana

A natureza das crises é inerente à existência humana. O homem quando percebido nas etapas desse processo pode ser comparado às estações do ano.

Alguma vez você já se percebeu sem direção? Em meio às crises, que perdeu o sentido de sua existência? A jornada humana é assim! As vezes nada faz sentido.

Se sua resposta foi positiva ao enfrentamento desses dilemas, sim, talvez você tenha experimentado um momento crucial em sua vida chamado: crise existencial!

A sensação mais perceptível pode ser descrita como se a vida tivesse seguindo certo rumo, baseada em nossas escolhas anteriores, mas em determinado instante nossas vivências se tornam amadurecidas, diferenciadas.

Os obstáculos aparecem e aquela sensação de bem-estar contínuo é interrompida.

Sem contar que nossas forças físicas parecem estar sendo sugadas.

Esse mal-estar indefinido muitas vezes não é resultado de doenças, e leva-nos a questionar: o que está acontecendo comigo? Nem médico, nem nós mesmos sabemos como responder.

Temos uma impressão de que este “mal-estar” esconde um sentimento que às vezes está mais presente, e outras, vezes menos presente; ou que o trabalho não está dando resultados como nos dava antes. Até o sentido do amor fica diferente.

Esta crise tem uma natureza que denominamos aqui de existencial, porque costuma ocorrer em algumas fases do desenvolvimento humano.

Como se determinasse o fim de certo ciclo em nossa jornada.

De acordo com a Psicologia do Desenvolvimento e Biofisiologia, a partir dos 35 anos nosso corpo inicia um processo autônomo de envelhecimento e preparação para a morte.

Vários processos de manutenção da vida e equilíbrio dos órgãos mais vitais se adaptam ao ambiente, contudo não conseguimos mais manter o equilíbrio adequado entre regeneração e desgaste, e isto nos direciona a “crise” da existência.

O que descrevemos ocorre por volta dos 40 anos e ocorre em todos nós. Mas existem outras crises, nas mais diversas idades.

Existem as pontuais e recorrentes, que variam de acordo com aspectos biopsicossociais de cada indivíduo.

A compreensão desses processos que desencadeiam essa crise, proporciona uma chance de aprimoramento e melhor entendimento de si, e ainda, um posicionamento em relação a esses dilemas.

Harding (1960), baseada em sua compreensão de psicologia analítica oriunda na escola Junguiana, comparou nossa existência às quatro estações do ano: a primavera do nascimento até a maioridade, o verão a maturidade, o outono a fase entre os 40 e 60 anos e o inverno, a velhice.

A partir desta alegoria poderíamos nos assemelhar ao que nos ensina a tradição chinesa:

“Uma pessoa leva 20 anos para aprender, 20 anos para lutar e 20 anos para se tornar sábia”.

O Livro de Eclesiastes trata sobre o sentido de a existência ser a morte. Em inúmeros versículos, Salomão trata dessas crises existenciais como propósito para a busca da sabedoria, valor este que se perpetuará pela eternidade, segundo a sabedoria oriental. Ele diz:

“Eu me arrependi de ter trabalhado tanto e fiquei desesperado por causa disso. A gente trabalha com toda a sabedoria, conhecimento e inteligência para conseguir alguma coisa e depois tem de deixar tudo para alguém que não fez nada para merecer aquilo. Isso também é ilusão e não está certo!” (Eclesiastes 2:20-22 – NTHL)

Em outro momento ele diz:

“É maravilhoso viver! Ver a luz, o sol! Se uma pessoa chegar à velhice, deve se alegrar em todos os dias de sua vida. Mas se deve lembrar também que a eternidade é muito mais comprida; quando se compara a vida com a eternidade, o que fazemos aqui não vale nada!” (Eclesiastes, 11:7-8; Bíblia Viva)

O que seria esse amadurecimento para a compreensão da existência e da morte?

Se a partir dos 35 anos, nossas funções biológicas começam a diminuir, percebemos que, quando chega a este ponto, ocorre uma perda no seu valor ou capacidade de trabalho.

Quando isso ocorre, nossas forças biológicas diminuem e aumenta a possibilidade de se tornar sábio, de amadurecer espiritualmente. A nossa civilização parece ignorar isso.

Como exemplo tomemos o mercado de trabalho. As vagas em sua maioria, são destinadas à candidatos com menos de 40 anos; a medicina, através dos fármacos, se utiliza ainda de muitas técnicas para manter o ser humano biologicamente jovem, e prolongar a existência do corpo, porém há pouco investimento no amadurecimento espiritual. Quando nenhum.

Quais as oportunidades que cada idade oferece para melhor usá-las na sociedade e na vida pessoal? Quais são os projetos e chances que tenho de vencer nessas crises e alcançar a sabedoria? O que tenho feito para isso?

Se o ser humano procede do mundo espiritual nascido do pó, compreendemos que está volta à terra e retorna para o cosmo espiritual. O amadurecimento permite uma volta gradativa à essência cósmica e espirituais.

Como alguém que escala uma montanha, e diante de si um vê um panorama que vai aumentando e permite que ela perceba cada vez menos os detalhes, e mais o sentido que está lhe traz.

A cada passo, nossas qualidades psíquicas não só se tornam capazes de se abrir e desenvolver, mas ainda serem aplicadas e multiplicadas em nosso contexto social, na família e no trabalho.

Sabemos que os momentos de crise são ricos em oportunidades de mudança. São divisores de água que nos levam para além da acomodação e reforçam oportunidades ricas em aprendizagem e novidade de vida.

Se aproveitarmos esses momentos, e evitarmos adiar as oportunidades muitas vezes camufladas em problemas, teremos alcançado êxito nas provações. A cada passo que dado, a cada semente germinada, a seu tempo trará o seu fruto.

Assim como a natureza revela a cada instante o tempo de semear e colher, o ser humano precisa se aperceber que há tempo para todas as coisas debaixo do sol. Ainda em Salomão temos:

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz. (Eclesiastes 3:1-8; NTHL)

Então, quais as dicas para se enfrentar as crises e alcançar o aperfeiçoamento espiritual?

Para que todo o processo de vida tenha uma função contínua e frutífera, todo ser precisa ter uma estrutura. As escolhas quanto mais ricas forem em altruísmo, melhor serão seus resultados.

Quando se volta apenas ao materialismo, a mesquinhez em relação às suas posses pode se tornar excessiva. Como há tempo para todas as coisas, gradativamente, ocorre uma perda de energias e forças físicas.

Com uma estrutura preestabelecida, a luz interior poderá fluir. Toda a criança que existiu um dia e foi externalizada, interiorizou a vida dando lugar ao velho iluminado.

Esse processo de evolução do ser humano na nossa terra, a partir de suas muitas metamorfoses, poderá perpetuar para além da morte.

O medo da morte, que em muitos já existe desde a juventude, pode ser superado em grande parte pela consciência dos acontecimentos que ocorrem com a alma e o espírito, e com as respostas encontradas, quando abrimos os ouvidos para a experiência da essência do ser.

Tempo de Refletir e Renovar!

A isto eu te convido hoje: A Semear na eternidade.

Com Vocês, sempre!

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Chris Sturzeneker

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