A experiência de ser mãe é universal, mas, também é tão individual.
Mas, falar em parto significa também priorizar os aspectos reprodutivos e sexuais da mulher. Porque muitas vezes as genitoras passam a ser ignoradas, e passam a ter um papel secundário no processo, no qual apenas acata as decisões de médicos, pela falta de opção.
No caso de comunidades mais afastadas, as futuras mamães partem de uma cultura em que as atividades do parto são feitas pelas parteiras tradicionais.
Segundo Sistema de Informação à Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS) 41 mil partos domiciliares, desses a maioria é assistido por parteiras tradicionais.
O problema é que muitas futuras mamães que vivem nas comunidades mais distantes não têm escolha quando há complicação na hora do parto. Ao chega no sistema oferecido pelo governo, as parteiras são destratadas pelos médicos que não acreditam em seus trabalhos.
Há um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados (2.354/2003) – que prevê a regularização da profissão, ela deveria receber um salário mínimo e ter o direito de realizar assistência pré-natal à gestante, assistência ao parto natural, em domicílios, casas de parto e maternidades públicas. Além de prestar cuidados as mulheres prestes a dar à luz e logo após o nascimento.
Claro que este processo por enquanto está suspenso e a mulher continua a ser descentralizada do processo que ela própria juntamente com o parceiro criaram. Hoje dificilmente o homem consegue participar do momento íntimo da vida do casal.
A assistência obstétrica no Brasil é muito criticada por trabalhar em um processo fisiológico que podem trazer danos à mãe e ao filho, já que pelo o grande uso de tecnologia por pessoas que usam de jeito inapropriado e inseguro.
Trazer um parto mais humanizado é essencial para diminuir o número de mortalidade. E segundo a coordenadora geral de Saúde das Mulheres, Maria Esther de Albuquerque Vilela, as parteiras são as guardiãs de uma relação de uma mulher, e deve ser lutado pelos seus direitos culturais, territoriais e de saúde.
“Não há políticas que as resguardem. É necessário saber valorizar os saberes, preservar uma fonte de conhecimento tradicional não temos que ensinar, e muito menos elas têm que aprender os métodos dos médicos.”