Contraste é uma marca realizada na parte interior de joias e outros objetos confeccionados em ouro e prata, através de um bastão de metal chamado punção, certificando sua origem e qualidade. É uma garantia que o fabricante oferece, deixando sua marca e atestando o teor do material utilizado.
Nas joias em ouro, atualmente, são encontradas as marcas de 18K ou 750, garantindo que o ouro de 18 quilates foi utilizado em sua confecção.
O quilate, aplicado ao ouro, é uma medida de pureza do metal, sendo que 24 quilates equivalem a 100% ouro. Entretanto, como é quase impossível sua pureza completa, o teor máximo é de 99.99% e ele é também chamado de ouro 9999.
O ouro de 18 quilates tem 18 partes de ouro e 6 partes de outros metais, ou seja, 75% de ouro, 25% de liga, por isso também conhecido como ouro 750.
Quando as ligas utilizadas são maiores que esses 25% o ouro é considerado “baixo”, como ouro 16 quilates, 14 quilates, 12 quilates e outros, que também são marcados como na tabela a seguir:
- Ouro 16 quilates – 16 partes de ouro para 8 partes de liga – 66.6% de ouro/33.4% de liga – ouro 666;
- Ouro 14 quilates – 14 partes de ouro para 10 partes de liga – 58.3% de ouro/41.7% de liga – ouro 583;
- Ouro 12 quilates – 12 partes de ouro para 12 partes de liga – 50% de ouro/50% de liga – Ouro 500.
Punção
Como fato comprovado pelas descobertas históricas, sabemos que as joias romanas e bizantinas já utilizavam marcas deste tipo, mas para entender melhor este sistema de marcação, devemos voltar à Inglaterra do século XIII, onde a relação entre a prata e o dinheiro era muito próxima.
Desde os tempos remotos a prata foi usada como dinheiro e, para estabelecer um padrão, todas as moedas deveriam ter não só o mesmo tamanho como também a mesma liga que proporcionasse maleabilidade e dureza, mantendo o mesmo valor monetário.
Foi Henry II que, a partir de 1158, oficializou o uso da liga 92,5% de prata e 7,5% de cobre, conhecida como Sterling Silver ou prata 925, que a lei tornou obrigatória na Inglaterra.
Como a prata era usada para confecção de talheres e outros artefatos que eram vendidos pelo mesmo valor das moedas, mais tarde Henry III percebeu a necessidade de se estabelecer um registro de qualidade para a prata forjada, exigindo o padrão da prata 925, evitando assim a venda de prata de baixa qualidade.
Em 1238, ordenou que seis ourives, selecionados pela corte de Londres, se responsabilizassem pela qualidade da prata e do ouro utilizada por seus confrades, realizando testes de pureza em toda sua produção. O ouro mais baixo aceito pelos padrões da época era o ouro 19 quilates ou ouro 800.
Por volta de 1300, Edward III instituiu uma nova lei onde nenhum objeto em prata poderia ser comercializado sem antes ser testado e marcado com uma cabeça de leopardo coroado, como certificado de garantia. Esta responsabilidade foi delegada a um grupo de joalheiros e ourives, o Goldsmith`s Guild, que, formando uma associação, controlava a produção de todos seus membros, naquela época.
O Passant Lion é uma das marcas mais reconhecidas, desde 1544, como símbolo e garantia de qualidade da prata esterlina.
Os contrastes ingleses são respeitados internacionalmente até os dias de hoje por terem sido rigorosamente supervisionados desde o início de sua introdução.
Referências: http://www.ifranks.com/the-history-of-the-british-silver-hallmarking-system – Wicks, Sylvia. Jewellery. 1976