Todas magras e jovens para o verão, dizem os anúncios.
Ditadura da magreza e juventude – Até quando viveremos dias que nos assombram na forma de anúncios e rótulos de produtos e serviços?
Sessões milagrosas do tipo “seca barriga” se multiplicam e prometem redução de vários centímetros em minutos.
Bulas e instruções afirmam que a ingestão do produto irá afinar o corpo e eliminar o efeito “casca de laranja”.
Rótulos ressaltam que o creme irá rejuvenescer os fios brancos de seu cabelo.
Nem as roupas escapam e os vendedores nos orientam a escolher o preto, porque “emagrece”, ou um jeans porque “segura” a barriga.
Usar calça branca é tabu, afinal de contas essa cor “engorda”, evidencia os quadris, deixa a celulite aparente e irá chamar a atenção de forma negativa.
A gordura no corpo feminino não é normal, porém nos homens ela é aceitável, assim como os cabelos brancos que em mulheres é sinônimo de desleixo, mas em homens é sinal de charme.
Permitimos que anúncios e propagandas nos deixem influenciar e privar de alimentos, cores e novas experiências.
Como não sucumbir a esses anúncios da ditadura da juventude e magreza?
Fortalecendo nossa autoestima, aceitando nossa beleza única e desapegando de padrões antiquados.
Devemos buscar o autoconhecimento e descobrir os pontos fortes que possuímos através de um novo olhar, mais complacente e menos rigoroso.
Precisamos nos lembrar que não somos um número ou uma letra (38…48…54…P…M…G…) inventados para simplificar as coisas, somos seres humanos complexos, com inúmeras qualidades e belezas.
Devemos resgatar nosso gosto pessoal, nossas preferências, as quais podem ser diferentes das preferências dos demais e tudo bem, afinal de contas somos seres únicos.
Precisamos nos respeitar e exigir o respeito de todos aqueles com quem nos relacionamos.
Afinal de contas, vivemos um momento em que a aceitação e a descoberta de novas formas de beleza estão em franco crescimento. Estamos nos livrando de crenças e estereótipos antigos que limitavam pensamentos, ações, forma de vestir e de viver.
Já não é mais necessário convivermos com padrões do passado evocados, equivocadamente, por alguns comerciantes.
Há espaço para novas formas e formatos, para cores acinzentadas de cabelo que não desejam mais ser tingidos e para novas cores em nosso guarda-roupas.
A diversidade está na moda, é tendência.
Um basta à ditadura da magreza e juventude e a todos aqueles que ainda a defendem!