Como a responsabilidade social pode fazer a diferença nesse momento?
Efeitos socioeconômicos do COVID-19 sejam eles de ordem pública ou privada, instituem novas pressões sociais devido as crises da saúde pública, da economia, da política e do esgarçamento da rede de proteção social.
Nesse momento, o cenário atual do Brasil e do mundo, coloca em prova a capacidade das lideranças de organizações públicas e privadas atuarem de forma articulada para que o volume de investimentos para as soluções sociais seja aplicado em larga escala de modo que tenha impacto e sustentabilidade.
Não fazer nada ou fazer para constar, certamente vai ser a opção mais cara em todos os sentidos!
É o momento para o setor privado criar uma relação de confiança com a sociedade e fortalecer a sua “licença social para operar”.
Sendo assim, as organizações dos mais diferentes segmentos que vincularem suas estratégias à responsabilidade social poderão ter sua confiabilidade aumentada, sua imagem e reputação valorizadas e a gestão fortalecida.
É válido destacar que a responsabilidade social empresarial não se apresenta apenas como incentivadora de boas práticas, mas como orientadora de princípios para a mudança da cultura organizacional quanto às novas maneiras de gerir o negócio e se relacionar com a sociedade por meio de relações transformacionais, que gerem valor para todas as partes envolvidas.
Assim, os investimentos em atenção ao COVID-19, com foco em ações emergências devem ser pensados em médio e longo prazos de modo que sejam sustentáveis, com características mais estruturantes, tendo em vista a criação de redes multissetoriais de cooperação e gestão.
Pois o legado COVID-19 exacerbou as desigualdades sociais no mundo, o aumento das desigualdades de gênero, além de mudanças expressivas nas práticas de trabalho, nas relações geopolíticas, na “(des)globalização e tantos outros fatores.
É inegável que o primeiro momento dos investimentos dos governos, empresas e da sociedade civil organizada foram focados no controle da pandemia e assistência social, com a construção/apoio de hospitais, ajuda com alimentação e produtos de limpeza para comunidades, transferência de renda, bem como apoio a instituições de pesquisa.
Mas se faz necessário, planejar e criar ações coordenadas, principalmente, com governos e organizações locais que sabem não só mapear as necessidades, como, também, fazer chegar o benefício para quem realmente precisa.
Esse é um dos caminhos mais seguros para atingir resultados efetivos, caso contrário corre-se o risco de sobreposição de ações entre empresas e/ou com governos ou pior ainda, o não atendimento aos beneficiados por ineficiência.
Concomitante, é fundamental que as empresas de grande porte intensifiquem os meios de apoia a sua cadeia de valor, honrando com os pagamentos, contratando serviços e comprando produtos de pequenas e médias empresas do território de atuação, flexibilizando normas de contratos que inviabilizam uma pequena empresa estabelecer uma relação comercial, além de fazerem de forma pública o pacto de não demitirem, como o movimento orquestrado pela Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Esse movimento de articulações e criação de parcerias multissetoriais pode contribuir diretamente com os “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável” (ODS-ONU), em especial o ODS 17 – “Parcerias e meios de implementação fortalecem o compromisso social das diferentes instituições”, combatendo inclusive os efeitos socioeconômicos do COVID-19.
Por fim, ainda é possível citar o alinhamento desse tipo de ação com a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), principalmente com o fator Social, que deve ser pensando de forma transversal ao negócio e no relacionamento com os diferentes stakeholders.
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