O direito de decidir não se limita às urnas
Elas Decidem – As mulheres brasileiras decidem negócios, estratégias, políticas públicas e o futuro com coragem e responsabilidade.
Em 1932, o Brasil reconhecia o direito de voto às mulheres. Em 1934, esse direito foi efetivado pela Constituição.
Quase um século depois, ainda que muitas barreiras tenham sido superadas, o ato de decidir continua sendo um marco de resistência e transformação para mulheres brasileiras.
Outubro, mês das eleições no país, torna-se símbolo desse poder: o poder de escolher, de conduzir, de liderar. Mas o direito de decidir vai além das urnas.
Ele está presente em cada mulher que lidera sua família, que empreende, que assume um cargo público, que orienta outras mulheres, que transforma o seu território com ações diárias.
E é sobre essas decisões cotidianas que este artigo fala. Porque decidir não é só um ato de autonomia, mas também de coragem e responsabilidade. E, para muitas mulheres, é também um ato político.
Liderança feminina: da formalidade à realidade
Mulheres já ocupam 34% dos cargos de liderança no Brasil, segundo pesquisa da Grant Thornton (2023). Apesar dos avanços, o topo das grandes corporações, da política institucional e do Judiciário ainda é predominantemente masculino.
O mesmo se observa no empreendedorismo: mulheres são 48% dos MEIs no país, mas ainda recebem menos investimento e enfrentam mais burocracia.
Além disso, muitas decisões são tomadas longe dos holofotes: são mães solo que sustentam lares, mulheres que cuidam de idosos, profissionais que conciliam múltiplas jornadas.
Essas lideranças silenciosas também movem a economia e sustentam redes inteiras, mas nem sempre têm acesso aos direitos que as protegeriam.
Decidir com respaldo jurídico é garantir permanência
Decidir empreender, liderar ou mudar de carreira envolve riscos. Por isso, o conhecimento jurídico se torna ferramenta estratégica.
Mulheres que conhecem seus direitos conseguem se planejar melhor para:
- Contribuir para a previdência com segurança;
- Planejar a maternidade e a licença de forma legal;
- Solicitar benefícios por incapacidade sem medo de perder a fonte de renda;
- Formalizar atividades e proteger sua saúde financeira;
- Buscar crédito com base em políticas públicas específicas.
Essa autonomia só é possível com orientação adequada, rede de apoio e escuta qualificada. O empoderamento jurídico é, também, emocional e estratégico.
Liderança também cansa: o peso de decidir sozinha
Assumir tantas decisões pode ser exaustivo. E muitas mulheres vivem o paradoxo de serem chamadas de fortes enquanto enfrentam, sozinhas, o peso da gestão emocional da casa, da carreira, da saúde da família e da própria.
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que mulheres lideram os índices de ansiedade e depressão no mundo, muitas vezes silenciosamente.
Liderar precisa vir acompanhado de cuidado. E cuidado é também direito. Direito à saúde mental, ao tempo para si, à divisão justa das tarefas e ao reconhecimento de que, por trás da líder, existe uma mulher inteira.
O futuro também se escreve com decisões femininas
Quando uma mulher:
- Vota, ela decide;
- Lidera um time, ela decide;
- Cuida de alguém, ela decide;
- Empreende, estuda, denuncia, cuida de si ou de outras, ela está exercendo seu direito de escolher o rumo de sua vida e da sociedade.
Por isso, o Dia da Decisão das Mulheres, celebrado no fim de outubro, precisa ser mais do que uma data simbólica.
Ele precisa ser lembrado como um chamado: para que mais mulheres tenham acesso às ferramentas que fortalecem sua autonomia. Para que mais lideranças femininas ocupem espaços com respaldo, apoio e saúde.
E para que toda mulher saiba que não está sozinha quando decide.
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