Para que se entenda o importante papel da mulher no século XXI, há que se fazer um mergulho histórico que perpassará desde o contexto sociocultural, onde abordaremos aqui até o processo evolutivo no campo da moda.
Há 80 anos as mulheres conquistaram o direito de votar e serem votadas. De lá para cá, seguiram-se muitas lutas e conquistas.
Façamos uma viagem partindo desde a época do Renascimento até os dias atuais.
O período do Renascimento foi marcado pela sensualidade e erotismo.
Nenhuma outra época exaltou tanto a beleza feminina!
No final do século 19 os espartilhos apertadíssimos, tolhiam os movimentos das mulheres, impedindo-as até mesmo de abaixarem-se.
Com o advento da primeira guerra mundial, o espartilho teve os seus dias contados.
Com os homens servindo na guerra, as mulheres tiveram que assumir os trabalhos nos campos, nas cidades e nas fábricas.
Eram tempos difíceis e os burgueses tiveram de reduzir a criadagem, de modo que as damas tiveram de optar por modelos de corpetes mais simples de vestir.
Enquanto as mulheres se libertavam dos espartilhos, ocasionando assim a possibilidade de movimentarem-se mais amplamente, paralelo a isso, conseguiam também importantes avanços no que tange a liberdade de expressão.
Do século 19 aos anos 70 a mulher veio se posicionando de forma decisiva.
Começou a desdobrar-se ao realizar os afazeres domésticos conciliados ao trabalho nas fábricas e a partir daí qualificando-se para galgar posições cada vez mais importantes.
Vale destacar o ato de queima simbólica de sutiãs, espartilhos e outras peças do vestuário feminino por ocasião do concurso ” Miss América” nos Estados Unidos em 7 de setembro de 1968, em protesto ao modelo de beleza imposto pela sociedade reconhecidamente machista!
Mas, em pleno século XXI, de que forma a mulher tem se destacado?
Bem, se por um lado foi preciso lutar para enfim conquistar o direito de eleger e ser elegível, é cada vez maior o número de empresas que têm no comando mulheres altamente qualificadas, sem contar que o Brasil recentemente foi comandado por Dilma Russeff, a primeira mulher a presidir o país.
Finalmente, por pensar em tudo o que conquistamos até aqui, eu, como mulher que sou, abomino toda e qualquer expressão artística e/ ou cultural que tente vulgarizar a figura feminina.
Não chegamos até aqui para que o modelo machista com o qual lutamos por séculos para derrubar, tente nos empurrar para o interior da caverna na Era Pré-histórica, onde fatalmente nos era imposta a condição de objeto sexual!