O incêndio de proporções gigantescas é mais uma prova do descaso e incompetência da Gestão Pública.
Mais de 80 homens de 12 batalhões do corpo de bombeiros foram enviados ao Museu Nacional do Rio de Janeiro para combater o incêndio que se iniciou por volta das 19h30min. do último domingo (2).
A visitação já havia sido encerrada também no zoológico e parte do museu desabou.
Segundo informações do Comandante geral dos bombeiros do RJ, o combate às chamas não pode se realizar com a eficiência necessária para a grandiosidade do problema, devido a falta de água nos hidrantes próximos.
Foram utilizados caminhões pipa e água de um lago próximo ao museu.
O palacete construído no ano de 1818 e foi fundado por Dom João VI, não havia obviamente, sistema de combate a incêndios ou de energia como atualmente, o qual dependia da liberação de uma verba de 21 milhões, que deveriam ter sido liberados pelo BNDES em junho, quando da comemoração de 200 anos da construção gerida pela UFRJ (Universidade Federal do RJ).
Universidade esta, que possui como reitor, um militante do PSOL para administrar o mais antigo do país, e que vinha passando por dificuldades orçamentárias para a sua manutenção que dependia de 520 mil anuais, mas contava com apenas 300 mil anualmente em caixa.
Com 20 milhões de itens, mantinha um perfil acadêmico científico e coleções em paleontologia, antropologia e etnologia biológica, no entanto, menos de 1% estava exposto.
O museu era o guardião do meteorito de Bendegó, o maior já encontrado no país, de múmias egípcias, o crânio de Luzia (a mais antiga mulher das Américas) e coleções de vasos gregos e etruscos (povos que viviam na Etrúria, península Itálica).
No palacete já residiu, Dom João VI, Dom Pedro I, aonde brincava Princesa Isabel e palco da independência do Brasil.
Mantinha 1/3 das salas fechadas devido a evidente má conservação, com paredes descascadas e fios elétricos expostos. Algumas dessas salas recebiam o maior número de visitantes como a que guardava um esqueleto de baleia jubarte e de um Maxakalisaurus topai — também chamado dinoprata, primeiro dinossauro de grande porte já montado no Brasil.
O último presidente a visitar o museu foi Juscelino Kubitschek no ano de (1956 – 1961) e pelo observado desde então deixa de receber as verbas necessárias para a devida manutenção.
A morte da cultura brasileira, com a destruição do maior patrimônio histórico científico, nos remete à uma introspecção.
- Qual o valor da nossa atual sociedade?
- O que valorizamos e por que valorizamos?
- Até quando o Estado nos forçará a financiar obras e mostras nada culturais que sujam nossa época e nossa história em nome de minorias acéfalas?
- E o pior, por que nada fazemos?
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A Lei Rouanet (8.313/91) foi concebida com base em 3 mecanismos, FNC (Fundo Nacional da Cultura), o incentivo fiscal e o (FICART) Fundo de Investimento Cultural e Artístico.
Uma das mostras apoiadas pela Lei mencionada e realizada pelo Santander foi a realizada em Porto Alegre em setembro de 2017 no Queermuseu, com curadoria de Gaudêncio Fidelis, curador da Bienal do Mercosul de 2015, a exposição tinha como objetivo primário tratar a diversidade sexual e as questões LGBT.
Mostra esta que felizmente foi cancelada após apontamentos de pedofilia e zoofilia, mas que desprendeu R$ 800 mil da Rouanet, ou seja, quase o dobro do valor anual utilizado para a manutenção do museu do Rio de Janeiro.
Este incêndio foi mais uma pública demonstração do descaso e da omissão na gestão pública que opta cada vez mais pela destruição de valores éticos e morais da sociedade, destruindo nossa história e torturando grosseiramente nossas famílias.