Deitei meus braços na janela
Cruzei minhas mãos
Olhei ao alto
Larguei meu corpo
No colo da lua bela.
Lá de cima
Joguei-me e corri pela rua.
Comecei a andar
E perguntar:
Aonde está minha mãe
Aonde está a sua?
De mãos dadas
Entre sorrisos e saudades
Saímos num cortejo
Em avenidas, vales e brejos.
Em todo lugar
Ouvimos alguém falar
De um Ser especial
Que nos ama, nos amou
Sem desejar nenhum mal.
De passos em passos
Abraços em abraços
Enlaços e pés descalços.
Fomos compreendendo
Mesmo que nossas mães
Não estejam aqui
Logo ali.
Haverão de voltar
Haverão de vir.
Entre sorrisos e carinhos
Nos acolherão.
Em seus doces ninhos
Tanto adultos quanto menininhos.
Contarão a todos nós
Que hoje sim, é um dia especial.
Não existiu nem existirá
Nenhum outro igual.
E tanto as mães que aqui estão
Em nossos braços ou não
Nos dirão:
Saudades, sim
Revolta; não!
Pois aqui ou lá
Sempre a vida eterna reinará.
Isto ninguém poderá sufocar
Jamais de nós, irão tirar.
Sempre haverá vida e vida
Vida na chegada
Vida na partida
Vida além da vida.
E com tantas vidas unidas
Aquelas que estão próximas
Ou de partida.
Contarão com a Mãe Suprema
A Mãe das mães.
Que cuida de todos
Doando amor, doando pães.
Maria, Maria
Maria em todos os lugares
Maria em todos os lares.
Maria que reúne
Todos os amores
De todas as mães
E faz um enorme buquê de flores.
Para distribuí-las
Com muitas cores
Com muitos pães.
Por toda a Terra
Mesmo ainda aonde
Há guerra.
Desde o mais pacífico homem
Ao mais bruto,
Todos sofrem com o luto.
De suas mães
Que os amam.
Dando suas vidas
E não reclamam.
Contra esse amor
Não há nenhum plano
Nenhum engano.
Pois o Amor Supremo
Da Mãe das mães
De Maria que não abandona
Ninguém nem de noite nem de dia.
Só o amor de mãe liberta
Só o amor acolhe e acerta.
Então, chega à gratidão
De filhos e irmãos
De pais mães e mãos.
Mãos postas perante o Criador
Que em todas as mães depositou.
Muita paz, muita luz, muito amor
Até o Cristo para nascer
De Maria cheia de graça
O Pai Celestial confiou!