Em terras de tecnologia massificada, quem tem o domínio da linguagem escrita é rei.
Em tempos de tecnologia altamente acessível, a linguagem escrita vem sendo cada vez mais relegada ao plano do formalismo, especialmente no meio empresarial.
Muito se fala sobre divulgar a própria marca nas redes sociais, mas a essência desse tipo de comunicação está longe de apresentar ruídos.
O excesso de preocupação com o visual gráfico e a pouca importância com o conteúdo quando o assunto é divulgação/consolidação de marcas têm me chamado atenção nos últimos tempos. Noto que há um desequilíbrio entre essas duas forças tão importantes e que deveriam caminhar de mãos dadas.
Vejo profissionais de certo renome cometendo gafes gravíssimas e, pior, dando margem a interpretações inimagináveis por parte de seus seguidores. Quando esses profissionais se dão conta, pronto: lá está a polêmica instalada.
E qual o motivo para tal estresse desnecessário? Um dos motivos é a coerência textual e a organização das ideias praticamente ignoradas. Com isso, o sentido do texto de determinados posts acaba adquirindo um sentido diferente daquele que deveria ser o esperado.
Como a comunicação escrita das redes sociais costuma ser mais coloquial e maleável, tem-se a ideia equivocada de que empresas e empreendedores solo não precisam tomar cuidado com o que escrevem, pois estar próximo do público é o que mais importa e ninguém gosta de ler textão, certo?
Errado! Todo mundo gosta de ler um texto cativante – e isso independe do tamanho. Porém, essa premissa somente é possível por meio de uma boa escrita, mesmo que ela tenha como proposta a proximidade com o público-alvo.
Justamente com a profissionalização de redes sociais como Facebook e Instagram, o limite entre coloquialidade e texto escrito formal é bastante tênue e, mais do que nunca, é preciso dosar e direcionar muito bem o tom da flexibilidade nos textos direcionados para clientes já conquistados e aqueles que ainda estão por vir.
A boa comunicação na escrita profissional não pode estar apenas presente nos escritórios tradicionais por meio de e-mails, memorandos, boletins etc. O ambiente profissional da internet também deve apresentar clareza e organização de ideias, ortografia e concordância praticamente impecáveis.
Os dados alarmantes de analfabetismo funcional em pessoas com nível de educação superior no Brasil explicam boa parte das razões pelas quais existam tantos profissionais com um nível de escrita tão deficiente que se reflete nas mais diversas áreas de atuação.
Para os profissionais que desejam melhorar a escrita, uma dica muito importante é ler mais (e sobre diferentes assuntos) e conhecer mais a fundo os gêneros textuais com os quais está mais em contato no dia a dia.
Videoaulas com dicas sobre gramática também são muito bem-vindas e podem ajudar de forma bastante prática e eficiente, uma vez que existem materiais gratuitos e de boa qualidade disponíveis na rede.
Os profissionais de assessoria/consultoria linguística também podem ajudar empresas e empreendedores a melhorarem nesse sentido.
Escrever bem, além de ser um investimento em sua própria imagem, também fortalece o vínculo com seus clientes, pois a comunicação clara e eficiente é a palavra-chave para qualquer bom relacionamento, mesmo que a coloquialidade seja a porta-voz do profissionalismo nas redes sociais.