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O Que Faz Morrer Uma História De Amor?

Será possível reconhecer e acompanhar o roteiro da agonia e morte de um vínculo amoroso? Existem sinais e sintomas que permitem diagnosticar a doença fatal do desamor?

Primeiro Sinal: a mesmice (manifestação direta da perda da curiosidade)

Depois de algum tempo de relacionamento, os parceiros passam a acreditar que cada um conhece o outro a fundo, que é sempre capaz de adivinhar o que o parceiro sente e pensa. Daí em diante, a comunicação praticamente se interrompe: as frases não chegam a ser pronunciadas até o final, as respostas chegam antes que as perguntas tomem forma. Não há espaço sequer para corrigir os desvios de interpretação, não cabe mais a pergunta salvadora (“O que você quer dizer com isso?”). Se um dos dois se atrever a desmentir a interpretação do outro (“Não era absolutamente isso que eu queria dizer!”), em vez de ouvir um pedido de esclarecimentos, será bombardeado com um: “Sei muito bem o que você queria dizer, eu te conheço direitinho, você não me tapeia!”

A partir daí o casal está condenado a viver sob o império do silêncio, no qual se cavam abismos de desentendimentos e incompreensões, pois cada um dos parceiros passa a manter um diálogo interior com suas fantasias sobre as idéias e os sentimentos do outro – cada vez mais distanciadas do que o outro realmente pensa e sente.

Segundo Sinal: o tédio (filhote da mesmice)

Com a perda da comunicação, há pouca possibilidade de descobrir novas facetas do companheiro que, por sua vez, desiste de se expor, depois de ser reiteradamente mal compreendido. Num retorno à perda de identidade dos primeiros tempos, agora há um congelamento do outro em facetas supostamente conhecidas, um desinteresse por propostas que poderiam arejar conexões antigas ou despertar novos aspectos da personalidade de cada um para formar conexões novas. A relação perde o brilho, os parceiros se descuidam, de si mesmo e do outro.

Terceiro Sinal: sensação de incompetência

Assim como no início do relacionamento cada um valoriza as peculiaridades do outro e tem prazer em sinalizar seu agrado, uma convivência longa tem o dom de inverter esse processo: as gracinhas viram defeitos, cada um parece sentir prazer em criar situações que ressaltam as dificuldades do outro. Apontar falhas e incompetências torna-se um divertimento permanente, sobretudo na presença de terceiros.

A partir daí o olhar desdenhoso que cada um pousa no outro desvela e reforça a incompetência, nega-lhe qualquer valor, congela a distância e decreta a morte da relação.

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Carla Cecarello

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