A técnica de visual merchandising (VM) utilizada por alguns escritórios de design de interiores e arquitetura, e idealizada para dar vida ao produto no ponto de venda, fundamenta-se na análise de vários pontos de seu negócio, com o intuito de alavancar as vendas. Como? Coordenando uma (e somente uma) política de design (da concepção da marca até o projeto de sua loja) que objetiva transmitir o valor da marca, manter um diálogo vendedor com o consumidor, e mudar o comportamento do mesmo, fazendo-o comprar!
Cito como um belo exemplo a loja Timberland na Regent St, de Londres, que visitei em abril. A marca foi reconhecida pela qualidade de suas botas e até hoje o modelo que faz mais sucesso é a “yellow Boots”. O público alvo da Timberland procura conforto, qualidade e tecnologia, e são excelentes para quem pratica esportes naturais e trabalha em ambientes com condições extremas.
O significado de seu nome já é um grande guia para reforçar a marca, Timber, que significa madeira e Land, terra. Repare que no ambiente estão muito presentes elementos como madeira e vasos com plantas que remetem a terra. E para reforçar o espírito aventureiro de seu público não faltam materiais como aço, material de demolição, couro e madeira, no seu estado mais natural.
A técnica do VM, leva em consideração as informações, portanto, do posicionamento estratégico da marca, produto, passando pelas informações do público alvo, até chegar ao projeto de interior de sua loja (projeto do mobiliário, luminotécnico, sonorização, aroma, expositores, etc).
A forma de expor seu produto provoca no cliente o desejo de comprar, principalmente se ele, o produto, envolver o cliente emocionalmente, como a exposição da Timberland, onde a posição dos sapatos, forma uma linha diagonal apontando para o porta retrato (elemento chave nesse caso), direcionando o cliente a associar o produto á momentos especiais, agregando assim, valor ao produto.
O VM aumenta as vendas, pois o espaço, por si só, orienta os consumidores e desperta o desejo pelos produtos que eles querem ou que precisam. Também, incentiva os consumidores a descobrir novos produtos e/ou soluções dentro do espaço.
Podemos notar isso na loja Anthropologie também na Regent, St em Londres, na qual é uma loja super descolada que vende roupas femininas, acessórios, móveis pequenos e artigos de decoração! (…mas todos esses produtos diferentes no mesmo ambiente? No mesmo display?…) Sim! São pensados minuciosamente de maneira a manipular a trajetória do cliente e sua percepção de produto, com o intuito de oferecer a chamada “experiência máxima de compras” ou “experiência de consumo”. E digo mais: tudo ficou em plena harmonia!
Um elemento visual pode encorajar um cliente a ver uma mercadoria que não estavam buscando originalmente. A estrutura sensorial total traz o conforto necessário para ficar mais tempo na loja, pesquisar mais dentro da loja e comprar mais nesta mesma loja!
Muitas vezes este projeto de interiores com foco em Visual Merchandising é comprometido devido ao custo adicional se comparado a um projeto arquitetônico sem essa técnica. Este comprometimento se dá devido à dificuldade de o empresariado mensurar esse incremento de venda que ocorre no futuro, porém o tempo de payback deste investimento, historicamente, é muito baixo, ou seja, vale a pena!
Lembre-se, quanto mais confortável os clientes estiverem na sua loja e quanto mais tempo ficar, maior a chance de comprar!