Ano passado, eu estava numa feira de livros realizada dentro de um shopping. Quando, de repente, avistei uma mãe com seu filho pequeno. Então o menino foi em direção a uma barraca de obras literárias. Naquele mesmo instante a sua mãe ralhou:
- Historinha, não!
- Pois, Literatura é coisa de mulherzinha e de tia frustrada, ainda por cima…
- Como aquelas solteironas obesas e de óculos com grau, que não conseguem arrumar namorados!
- A gente tem que comprar coisas que sirvam para comer, ou, vestir!
Após estas palavras, a moça puxou seu filho pelas mãos e foram pegar o elevador.
Naquele instante fiquei horrorizada com a ignorância daquela senhora. Pois a leitura desenvolve os aspectos cognitivos e o senso crítico de uma criança.
Infelizmente, a maioria dos brasileiros costuma ler muito pouco. Os motivos são: o fato da cultura do brasileiro ser mais transmitida pela via oral e menos textual, alfabetização tardia, pouco investimento em educação, maus exemplos de celebridades que afirmam de uma forma errada que leitura não é importante, preguiça e preconceito. Sim, preconceito como este que foi citado no começo deste texto, pois o mito que existe é de que Literatura é passatempo de mulher recalcada e feia. Basta vermos em algumas novelas a existência daquela famosa personagem esforçada, de óculos, feia, que tem como o principal passatempo ler e sofre bullying sendo chamada de “nerd”. Porém, que nos últimos capítulos, larga os óculos e o hábito da leitura para se casar com o príncipe encantado.
Para acabar com este preconceito e incentivar o hábito da leitura é necessário que os brasileiros, dentro dos próprios lares, incentivem seus filhos a lerem. É necessário que os pais expliquem a importância da leitura aos pequenos e que deem este exemplo.
A culpa, da população, fugir da leitura não é do preço dos livros. Pois temos excelentes bibliotecas no Brasil, onde é possível emprestar quaisquer tipos de obras gratuitamente. A culpa também não é da Internet porque através dela é possível baixar livros maravilhosos. Por isto é necessário que as famílias estimulem as novas gerações no hábito de ler.
Luciana do Rocio Mallon
