Poema de autoria: Valéria Borges da Silveira
Água
Como uma voz que em segredo
Reza em momentos de mágoa,
Sai gemendo um fio d´água
Do coração do rochedo.
O sangue branco das águas…,
A água correndo…
Parece a ladainha amargurada
De alguém que está sofrendo…
Água…
Sangue vivo no rio,
Como em artérias,
Estuante, e pelos córregos azuis,
Pelos veios
A fecundar o corpo vivo e esquivo da
Terra,
A tumultuar,
No leito das areias…
Estás presente
Nas vasas deletérias
Onde a vida se perde,
Na decomposição do brejo verde,
Nos riachos do Brasil…