Há casais que só conseguem resolver seus conflitos fazendo sexo. É como se a cama fosse o único cenário possível para a resolução das discórdias conjugais.
O perigo desse tipo de comportamento é que os parceiros param de conversar sobre suas diferenças e só encontram na linguagem corporal o caminho para o “entendimento mútuo”. O sexo, por sua vez, é completamente desconectado do afeto, num ato que não difere muito de um mero exercício sexual. Além disso, quando o homem ou a mulher insiste na supremacia do sexo, o casal tende a se sentir desconfortável porque continua transportando uma carga negativa não resolvida.
Muitas vezes, a vontade da pessoa não é fazer sexo naquele momento e, sim, sentar e resolver a questão. Mas quem opta por fazer as pazes na cama não sabe se expressar de maneira direta e objetiva. Acha que um contato mais quente pode fazer o(a) parceiro(a) esquecer a mágoa ou o sentimento. O problema é que no fim da relação sexual o conflito se mantém. Não há espaço para voltar a falar do assunto, e tudo aquilo que foi guardado ou escondido mais cedo ou mais tarde vai gerar conflitos e os sintomas irão aparecer. É apenas uma questão de tempo; o exemplo mais comum são as doenças psicossomáticas.
Diante de tantos conflitos, a única certeza possível é que as diferenças entre os dois sexos devem ser respeitadas. Tanto o homem como a mulher precisa entender que cada um tem a sua maneira de ver o mundo, expressar seus sentimentos e de se relacionar. Assim, as diferenças deixam de ser um fator de atrito e distanciamento e tornam-se um aditivo para uma relação com mais sintonia e prazer.
O melhor a fazer, quando houver muitos pontos de atrito, é dar um tempo, como se diz, e se afastar do(a) companheiro(a). Depois, com a cabeça mais fria, vale a pena convidá-lo(a) para uma conversa. E quanto mais longe do cenário do amor, melhor, porque a energia negativa que muitas vezes emana dessas situações perturbadoras tende a “contaminar” um espaço que deveria ser preservado.
Definitivamente, a cama não é o lugar ideal para conversar sobre problemas cotidianos, como falta de dinheiro, contas a pagar, brigas dos filhos, atritos com familiares ou colegas de trabalho.
Como os indianos, que cultivam o tantrismo, o quarto deve ser respeitado e reservado para o sono, o sexo e o prazer.