Em tempos antigos o homem era o chefe da casa, principalmente porque era seu provedor, ou seja, era a pessoa que detinha as condições financeiras para prover todas as necessidades da casa e da família.
Também cabia ao homem a obrigação de gerar e buscar os meios para prover essas necessidades, cabendo às mulheres a obrigação de cuidar da casa e de sua administração, dos filhos e de todos os assuntos domésticos, incluindo empregados e escravos quando existiam.
A vida no campo era um pouco diferente, pois as camponesas também trabalhavam na lavoura, não somente como auxiliar do homem, mas também como mão-de-obra, cumprindo já naqueles tempos uma jornada dupla de trabalho, pois cuidavam de suas casas, filhos e maridos fora o trabalho no campo.
Com o passar dos tempos as mulheres foram saindo de suas casas e foram para as frentes de trabalho como meio de auxiliar e aumentar o orçamento doméstico.
Foram ser operárias e competiram com os homens por vagas nas indústrias, trabalhando o mesmo número de horas e se submetendo a ganhar menos somente por serem mulheres.
O tempo continuou a passar e as mulheres foram cada vez mais ampliando suas capacidades de também serem as provedoras da casa, chegando o tempo em que as posições chegaram a se inverter, por conta do desemprego, época de recessão econômica onde a mulher continuava trabalhando profissionalmente fora do lar, se tornando a responsável pelas despesas e necessidades da casa e o companheiro passou a substituí-la no cuidado e no atendimento as necessidades domésticas e dos filhos.
Hoje em dia é comum esta situação, pois o desemprego ainda é uma realidade atingindo uma grande parte dos homens economicamente ativos, dando a oportunidade de eles mostrarem seus talentos e suas capacidades quanto a serem excelentes “dono de casa”.
Porém, também, esta troca de papéis pode ser uma opção do homem ou até mesmo do casal, onde há um acordo harmonioso entre ambos, chegando muitas vezes até ser uma questão de economia financeira e de maior segurança no lar e em relação ao acompanhamento dos filhos.
Há ainda quem diga que o chefe da casa é o homem, porém quem manda na casa é a mulher. Esta frase nos mostra uma situação de aparente liderança masculina, pois na realidade quem está por trás coordenando tudo é a mulher.
No entanto, fica clara também a ideia do quanto ainda é cultural em nossa sociedade o homem ser o chefe da casa, mesmo que a mulher mande por trás.
Penso que hoje esta questão da chefia da casa está mais ligada a esta situação imposta aos homens por questões de valores culturais que, no entanto, estão sendo transformados naturalmente pela evolução social e principalmente econômica.
Porém, isto também é uma questão de ligada ao poder financeiro, pois sempre manda aquele que tem mais condições econômicas, e aqui no caso sempre este poder esteve ligado ao homem.
Atualmente há casais onde a mulher tem uma remuneração maior do que a do homem, ou seja, ganha mais e isto pode trazer conflitos entre o casal, principalmente quando o homem é muito apegado a esta cultura de provedor ou foi educado num sistema mais conservador.
Isto também é uma questão de maturidade individual e do próprio casal, pois caso não construam uma harmonia em relação a isto podem terminar se separando.
Há muitas queixas de mulheres que ganham mais que seus maridos, no sentido de que, ou o companheiro se sente inferior tendendo a conflitos, brigas e competições ou entra num movimento de “empurrar” para a mulher a maioria das despesas da casa e dos filhos, alegando que ela é quem ganha mais e pode mais.
Isto é uma situação muito confortável para o homem que assim procede mostrando que realmente não há maturidade de sua parte para uma união verdadeira com a esposa.
Quando há maturidade entre o casal e ambos têm o hábito de conversarem sobre suas dificuldades, dificilmente a superioridade financeira da mulher interfere no relacionamento. Mas há outros casos, como por exemplo, onde todo o dinheiro ganho pelo marido é administrado pela esposa e vice-versa.
Desta forma fica difícil de afirmarmos quem é o chefe da casa ou quem é que manda na casa.
Penso que entre os casais mais atuais existe a divisão de responsabilidades e tarefas em relação à casa, aos filhos, em fim, à vida do casal como um todo, onde esta questão de chefe de família está virando coisa de museu.