Arquitetura e Iluminação

Nos projetos de Arquitetura de Interiores a iluminação tem papel fundamental, tanto para destacar peças decorativas quanto para criar cenários dentro dos ambientes.

A luz pode influenciar o humor e a percepção das pessoas que ocupam determinado espaço. O tipo de luz, sua distribuição e as sombras podem determinar a aparência e a natureza desse local. O projeto de iluminação se inicia a partir da avaliação das necessidades dos usuários da residência: faixa etária, capacidades físicas e visuais, estilo de vida, uso principal do espaço (áreas para relaxamento, circulação, cozinha, banheiro entre outros).

Avaliadas essas condições, podem ser definidos os sistemas de iluminação artificial que serão usados no projeto luminotécnico. Esses se dividem em: iluminação geral e iluminação direcional (direta, indireta e difusa).

As fontes de luz mais usadas em ambientes residenciais internos são lâmpadas halógenas (filamentos), fluorescentes lineares e compactas e lâmpadas led. As halógenas proporcionam uma luz mais branca e maior eficiência energética. São muito utilizadas em luminárias portáteis, embutidos (spots), luminárias tipo trilho, arandelas, pendentes e lustres. Exemplos de halógenas: dicróicas, PAR 20, bipino. Lâmpadas fluorescentes lineares (tubulares) e fluorescentes compactas são muito eficientes e fornecem ótima reprodução de cor, por isso são adequadas para a maioria dos ambientes. Atualmente, a lâmpada led está substituindo as demais, por ser mais eficiente, ter maior reprodução de cor e dissipar pouco calor (não esquentar).

As características principais para se observar na escolha das lâmpadas são: tipo, potência, temperatura de cor, reprodução de cor, vida útil, rendimento, custo e facilidade de manutenção. Desses itens, as informações mais difíceis de serem compreendidas pelos clientes, são:

Temperatura de cor: é a aparência de cor da luz emitida pela fonte de luz (lâmpada). Quanto mais alta a temperatura de cor, mais clara é a tonalidade de cor da luz. Por exemplo: uma lâmpada de temperatura de cor de 2.700K tem tonalidade suave (aparência de aconchego), enquanto outra de temperatura de cor de 6.500K tem tonalidade mais clara (aparência de frieza).

Valores de temperatura de cor entre 2700K e 3500K possuem tonalidade de cor mais amarelada (branco quente). São indicadas para salas de estar, salas de jantar, quartos e outros ambientes que necessitem de sensação de aconchego e conforto. Utilizada também em restaurantes mais refinados, onde se queira que a permanência dos clientes seja prolongada e para torná-la mais agradável.

Valores intermediários de temperatura de cor entre 4000K e 4500K possuem tonalidades de cor branco neutro. Como a luz não interfere na coloração dos objetos iluminados é indicado para cozinhas, áreas de serviço, salas de aula, supermercados, circulações, garagens e demais ambientes. As lâmpadas leds têm essa tonalidade de cor.

Temperaturas de cor entre 5700K e 6500K são consideradas cores frias (branco frio), fornecem uma iluminação densa e brilhante. São indicadas para áreas de trabalho que necessitem de atenção ou uso de pequenos utensílios, como por exemplo, em ambientes de linhas de produção de indústrias, hospitais, escritórios. São utilizadas também em restaurantes onde a permanência dos clientes é de curta duração, como nas redes de fast-food. As lâmpadas fluorescentes e alguns leds apresentam essas tonalidades de cores.

Foto disponível em: http://eletroenergia.com.br/ temperatura de cor
Foto disponível em: http://eletroenergia.com.br/temperaturadecor

 

Índice de Reprodução de cor (IRC): indica a fidelidade com que as cores são reproduzidas sob uma determinada fonte de luz (lâmpada ou luz solar). Quanto mais próximo de 100 o IRC da lâmpada, melhor a reprodução de cor. A luz do sol tem IRC igual a 100, é a mais nítida reprodução de cores.

Um exemplo de como o IRC das lâmpadas influencia nas cores dos objetos iluminados, ao comprar uma cor de tinta na loja e, ao fazer um teste de pintura em casa, a tonalidade ficar muito diferente da cor original. Isso pode ocorrer também com roupas e maquiagens, que sob determinada luz na loja tem uma cor e ao experimentar em casa, podem apresentar cores diversas das escolhidas. Na dúvida é melhor comparar a cor da peça sob a luz artificial e sob a luz solar. A luz do sol reproduzirá melhor a cor real do objeto.

Lâmpadas com IRC superior a 80 reproduzem adequadamente o espectro de cores percebidas pelo olho humano. Com valores de IRC abaixo de 50 haverá muita distorção de cor. Abaixo algumas lâmpadas com o seu IRC:

  • Incandescentes (filamento) – IRC 100 (melhor reprodução de cor/ baixa eficiência energética)
  • Halógenas, HQI, PAR, bipino (filamento) – IRC 100
  • Fluorescentes tubulares – IRC 85
  • LED – IRC varia de 70 a 85 (boa reprodução de cor/ alta eficiência energética)
  • Fluorescentes compactas – IRC 80
  • Vapor de sódio/mercúrio – IRC 60

Exemplos de 2 lâmpadas com diferentes IRC na reprodução da mesma imagem.

Boas soluções de iluminação devem considerar a eficiência energética. Em um projeto novo, um planejamento antecipado permite o uso de técnicas mais eficientes e econômicas, sem perder a qualidade. Em construções existentes, luminárias e lâmpadas já instaladas devem ser reavaliadas para se tornarem adequadas. As opções podem ser trocar essas fontes de luz existentes por outras mais atuais e melhorar os sistemas de iluminação. A luz natural também deve ser aproveitada em espaços internos para reduzir o uso desnecessário da luz elétrica, contribuindo para a economia do conjunto. A variedade de fontes de luz disponível permite ao arquiteto desenvolver atmosferas diferentes, ressaltar pontos focais e criar espaços mais interessantes e agradáveis para se viver.

 

Ana Paula R. Dias

Arquiteta e urbanista
Celular: (41) 99191-9329 WhatsApp
E-mail: [email protected]

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