É comum ver nos posts das redes sociais a solicitação de produtos artesanais, personalizados ou serviços. Aliás, a internet é uma grande aliada para as empreendedoras, que atingem um público muito maior, em várias regiões num tempo menor e com custo reduzido.
Nestes mesmos posts é corriqueiro ler uma solicitação que tenha como destaque a palavra “barateza”.
Entenda, barato nem sempre é sinônimo de qualidade.
Poderia livremente colocar o preço justo.
Vamos fazer umas comparações.
Exemplo 1:
Empreendedora A personaliza uma camiseta branca por R$ 19,90;
Empreendedora B personaliza a “mesma” camiseta branca por R$ 29,90.
Comprei ambas para fazer um teste.
A primeira se “desbeiçou” inteira, ficou torta, as costuras não se alinharam na hora de passar, prestou apenas para pano de chão.
A segunda está como se fosse nova, sem bolinhas, mesma forma, impressão ainda viva.
Exemplo 2:
Empreendedora A faz bolo para vender, com trigo, leite condensado, chocolate granulado e achocolatado dos mais baratos que tem no mercado (atacadão da sua cidade), cobra R$17,90 o quilo embalado.
Empreendedora B faz bolo com trigo de boa moagem, leite condensado de boa procedência, chocolate granulado com baixo teor de açúcares e um chocolate com no mínimo 40% cacau, cobra R$ 29,90 o quilo embalado, com etiqueta de validade e fita decorativa.
A pergunta que não quer calar:
Nos dois exemplos, qual produto é mais caro?
Com esta indagação entra-se na questão de que caro é uma questão de ponto de vista.
No exemplo 1, por ser um produto personalizado, a durabilidade traduz-se no valor agregado, aí o preço foi bem pago por sinal.
Já no exemplo 2, que envolve um alimento, o valor se transforma em sabor, prazer de sentir os aromas, higiene, apresentação, satisfação momentânea que marca você e a quem está oferecendo o quitute. Quando se trata de sabor, é inquestionável que produtos de boa qualidade resultam em comidas de excelente paladar.
Para ambas as situações, há ainda os cursos que as empreendedoras fizeram, o tempo que gastam preparando seus produtos, os impostos que pagam, o carinho que dispensam em preparar tudo e agradar o cliente.
Então, ao solicitar um orçamento, reveja o seu conceito de “barateza”. Ainda que a crise esteja aí, pense que cada um que oferece seu serviço/produto, com o preço determinado, é de acordo com os produtos que adquire, aperfeiçoamentos realizados, tempo dedicado.
A empreendedora nunca tem o intuito de te passar a perna.
Compare preços, de acordo com a lei da oferta e da procura, mas sem impor o termo “barateza”, que passa a sensação de desvalorização do trabalho da outra pessoa, e escolha o que melhor se adapta ao seu bolso.
A empreendedora, leia-se também o empreendedor, dedica seu tempo, seu esforço e seu trabalho para viver e ofertar aos seus clientes o melhor que sabe fazer.
Procure valor e não preço.