A separação de um casal numa relação amorosa sempre traz momentos difíceis, pois envolve sentimentos, emoções e principalmente as escolhas. De uma forma geral, ninguém começa um relacionamento pensando em se separar, porém, isto acontece e atualmente tem sido uma situação já bem comum. É como se houvesse, uma permissividade para se reunir e se separar, coisa que há pouco tempo atrás (vinte ou trinta anos), não era tão comum, pois as relações duravam mais tempo e havia menos separações. Porém, o fato é que elas existem e com isto há a necessidade de se saber lidar com a situação e reconstruir a vida de forma diferente.
Considero que se houve a escolha da separação por parte de um ou de outro é porque a relação não estava bem ou “dando certo” de alguma forma. Muitas vezes isto não é visível ou consciente por parte do casal ou por parte de um dos companheiros, pois é difícil ver de frente as possíveis falhas no relacionamento. Por outro lado, há casos em que o casal é de fato consciente da deficiência da relação e ambos escolhem a separação como meio de solucionarem as dificuldades de relacionamento.
Na maioria dos casos de separações, principalmente quando não se espera que a separação ocorra, observo que o primeiro momento é o de choque, o segundo é o de tentar ajustar a relação de qualquer forma, o terceiro é o da revolta e mágoa, o quarto é a consideração de que a separação é irreversível, o quinto é o luto da separação, o sexto é a aceitação da separação e o sétimo é o “alívio” de ter se separado, onde se dá o “dar a volta por cima”. Todos estes momentos, que são passos, reações emocionais, mentais e comportamentais, são interligados como uma teia, onde uma atitude desempenha uma ação de motivação da outra.
Desta forma, essas reações se comunicam o tempo inteiro, tornando os passos da separação mais fáceis ou mais difíceis. Quem aceita logo no começo que a separação é a forma de solução para a relação, passa por todos estes momentos de forma mais sutil, quem é pego de surpresa, seja qual for a razão, (traição, desgaste da relação, falta de amor, de companheirismo, problemas financeiros, problemas de caráter, incompatibilidade sexual, dentre outras) com certeza irá sentir estes pequenos ciclos de forma muito intensa e até mesmo dolorosa.
Porém, a aceitação da separação, o olhar de frente para as situações que a motivaram e a busca pela lucidez e serenidade para lidar com o momento em si, sempre leva a pessoa a um estado mental e emocional positivo (mesmo que ainda doa muito) que faz com que ela supere mais rapidamente sentimentos mais primitivos, no sentido de mais intensos e densos como a raiva, a indignação, dentre outros.
Após a separação é necessário que haja o reconhecimento de si mesmo, o que há de melhor e também o que possa ter contribuído para a separação, para que não se repita em possíveis relações futuras. É um momento em que a pessoa deve se reciclar, cuidar de si mesma, se dar amor esse acolher e, com isto, se permitir ir para o novo. Isto significa dar a volta por cima.
Ramy Arany
Co-fundadora do Instituto KVT e do Instituto KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial é Assistente social, Escritora dos livros Eternamente Ísis – O retorno do feminino ao Sagrado e Visão Gestadora – A visão em teia. Terapeuta comportamental, na linha da consciência. Especialista na Liderança feminina e na consciência feminina, relacionamentos e maternidade. É também palestrante nestas áreas.
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