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A Empreendedora já nasce pronta?

Sempre me questionei se uma Empreendedora já nasce pronta, e confesso que há alguns anos, responderia sim, já nasce para “a coisa” como falamos popularmente.

Hoje, empreendedora que sou, penso que não. Empreender é um verbo e como tal, indica uma ação disciplinada e constante para, a partir de um sonho, entender, planejar, organizar e efetivar o seu próprio negócio. Neste percurso, partimos da autoconstrução e compreensão de nós mesmas, como fatores indispensáveis para o sucesso da empreitada. Claro que algumas mulheres tem um talento inato que nos chama a atenção pelo brilhantismo com que transitam no mundo do empreendedorismo, que, até bem pouco tempo atrás, era quase que exclusivamente palco masculino. Felizmente este modelo social e de negócios está ficando cada vez mais no passado, e nós mulheres empreendedoras “nascemos” todos os dias na gestão dos nossos próprios negócios.

Multifacetada que é, a mulher encontra no empreendedorismo a chance de cultivar suas potencialidades, descortinar talentos, inovar através de grandes ideias rapidamente absorvidas pelo mercado sempre avido por novidades. E o resultado? Sucesso e empoderamento feminino não como bandeira que segrega, mas como estandarte que liberta a mulher da dependência financeira do parceiro, da violência doméstica e da triste realidade do mercado de trabalho que remunera as mulheres de forma inferior aos homens, ganhando em média com 70% do que eles ganham.

Nascemos prontas? Não, mas já carregamos intimamente a expertise de sermos o esteio de nossos lares, de liderarmos a nossa “equipe” familiar gerenciando despesas e receitas, estabelecendo regras e metas, disciplinando, administrando perfis tão heterogêneos quanto no staff do mundo corporativo.

Empreender é quebrar paradigmas como “profissionais da saúde não são bons administradores”, usando de forma ilustrativa o meu próprio exemplo. Abaixo esta ditadura dos rótulos perpétuos! Todas nós, com organização e disciplina podemos concretizar nossas ideias, e mais, temos a nosso favor a disponibilidade interior de pedirmos ajuda quando necessário, sem receio do não saber sobre algo, porque humildemente encaramos o novo como um desafio a ser superado, como oportunidade de progresso.

Como dizia o meu pai, “só se cresce na vida quando se é dono do próprio negócio”. Talvez esta crença tenha, ainda que inconscientemente norteado minha vida, e me conduzido a este fantástico mundo do empreender.

Que nossa alma seja sempre nutrida por pequenos e grandes projetos. Mas que um dia eles saiam da gaveta e aconteçam.

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Suraia Aissami

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