Além de habilidades emocionais, é necessário investimento para empreender no direito
Empreender no Direito pressupõe que o profissional tenha um quê de administrador. E aqui, me refiro a quem de fato tenha vontade e um certo perfil para os negócios.
Digo isso, porque ninguém é obrigado a enfrentar a elaboração do contrato social, fazer o registro do escritório na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) local e abrir um registro de CNPJ na Receita Federal.
Há muitas alternativas para advogadas e advogados no Brasil. Mas todos esses passos são fundamentais para quem quer iniciar o seu escritório de advocacia.
Inovar todos os dias é ação fundamental para encarar os principais desafios da carreira aliada ao empreendedorismo.
E esses obstáculos são, na verdade, soluções que sustentam o negócio jurídico, como saber conquistar a clientela e ter constância de receitas mensais que mantenham a saúde financeira do escritório.
Compreender e saber esperar os resultados requer habilidades especiais que envolvem inteligência emocional e visão a longo prazo em momentos de decisões.
Contudo, o que exige maior atenção, na gestão do escritório que está iniciando, é a parte financeira, em que você precisa ter um lastro monetário para se prevenir de situações inesperadas.
É preciso entender que trata-se de um negócio de receita sazonal e que você precisa ter uma reserva para manter a banca aberta, ao mesmo tempo em que se obtém o capital necessário para mais investimentos.
Nessa direção, outra linha de equilíbrio deve estar na vida pessoal. O balanço ideal entre o trabalho e a vida privada deve ser muito bem distribuído.
Quando tive filhos, por exemplo, pude contar com uma rede de apoio previamente articulada e preparada para aquele momento. Além disso, quando eu estava no escritório, dedicava 100% do meu foco às questões profissionais.
Mas quando era a hora de ir para o descanso, eu realmente saia do escritório! Não levar os problemas para casa é uma condição fundamental de saúde mental e de respeito com a família.
Quando chego em casa, me dedico integralmente às crianças e ao meu momento familiar. Essa divisão é muito importante para se ter uma vida sadia no campo profissional, com o casamento e os filhos.
Afinal, há tempo para todas as coisas.
Olhar social no Direito Previdenciário faz a diferença.
Quem trabalha com o Direito sabe, que independentemente da área em que atue, há uma responsabilidade com a sociedade sempre embutida. Para quem atua com Previdenciário, podemos multiplicar essa responsabilidade por, no mínimo, três vezes.
Isso porque faz parte dessa área ter um olhar social, mais próximo e humano às necessidades das pessoas, principalmente os mais humildes.
Por isso, contribuo com a comunidade e tive muitas experiências em visitas a bairros carentes levando informação a uma população leiga. Conheci muitas pessoas que tinham direitos conforme o estipulado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Dessa forma, colaborei para o acesso aos benefícios que elas tinham já que muitas delas sequer sabiam que existia essa possibilidade.
Trago esse exemplo, porque essa etapa foi muito importante para o início da minha carreira. Com vontade de ajudar a população, contribuí na conquista de rendas mensais para muitas famílias sem um prato de comida na mesa.
Isso me alegra muito e até hoje me dá ânimo para alçar voos profissionais. Tudo isso me faz lembrar aquelas máximas que “dar é melhor do que receber” e “quando ajudamos outras pessoas, também colhemos frutos.”
Portanto, você, que pensa em empreender no Direito, não esqueça que além de ter um lado administrador, é necessário ter aptidão e sensibilidade para captar os sinais que seu caminho mostrará.
Nem sempre as oportunidades aparecem facilmente e cabe a você enfrentar as situações para descobrir alternativas que façam sua atuação fazer a diferença na vida de alguém.
Esse é mais um lado bonito do Direito e está presente nas histórias dos inícios de muitos escritórios de advocacia, pode apostar!