Endomarketing como Ferramenta na Gestão Empresarial de Pequenas e Medias Empresas

O universo empresarial tem apresentado momentos inusitados, tais como renovações tecnológicas, globalização e concorrência acirrada dos diferentes segmentos de mercado, o que tem incentivado os funcionários a aceitarem as mudanças de forma inovadora, com a aplicação de conhecimentos científicos na solução de problemas práticos.

Dentre os desafios enfrentados pelas empresas, na busca da sobrevivência e competitividade, existem fatores estáticos e dinâmicos voltados às estruturas financeiras e estratégicas que influenciam o destino das empresas, que são: os índices financeiros, a tecnologia, o conhecimento e a qualidade.

Se o ambiente científico-tecnológico e mercadológico fosse estável e previsível, não haveria pressões para mudanças, como também, se os objetivos organizacionais e individuais fossem integrados, as necessidades de mudanças também seriam mínimas.

Desta maneira, faz-se necessário o aprendizado contínuo dentro de uma organização, o qual é considerado como o impulsionador para a mudança. E hoje, mais do que em qualquer outra época, a função mais importante dos níveis de gestão é a de planejar e implementar mudanças.

O desenvolvimento organizacional deve-se dar sempre dentro de uma mudança planejada e não pode se restringir à solução de problemas específicos, conjunturais ou atuais.

Através de tal desenvolvimento se devem buscar novas aprendizagens e maneiras de enfrentar problemas presentes e futuros, consistindo em um esforço complexo, destinado a mudar a organização com vistas a melhor adaptar-se às novas conjunturas, tecnologias e necessidades do mundo competitivo contemporâneo.

As mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas, tornaram o antigo paradigma organizacional insustentável. O novo contexto social está preocupado com a implantação de novas tecnologias para a busca da melhoria e excelência, perseguindo não apenas a eficiência e a eficácia.

Observa-se uma tendência a limitar a estratégia de negócios a área comercial, com a atenção mais voltada ao mercado, com certo descuido da parte propulsora do sucesso, que são as pessoas na organização.

Diante dos desafios enfrentados pelas empresas de pequeno e médio porte que lutam por sua sobrevivência e competitividade, faz-se necessário, nessas empresas a formatação de equipes comprometidas, onde cada funcionário compreenda os limites entre seus objetivos pessoais e os objetivos da empresa, compreendendo que o atingimento dos objetivos empresariais vem em primeiro lugar para que seus objetivos pessoais possam ser conquistados.

Assim sendo, as empresas precisaram procurar novas formas de planejar suas ações, de modo a selecionar e a organizar os negócios de maneira eficiente, para estarem preparadas mesmo quando ocorrem eventos inesperados. Esta é a função do planejamento estratégico, uma das principais ferramentas de gestão.

Portanto, é inquestionável que há necessidade das empresas, independentemente de serem de pequeno ou médio porte, em investirem nos seus clientes internos, ou seja, seus funcionários, para que estes possam atuar de forma diferenciada no atendimento dos clientes externos, numa visão clara de atitudes e ações empreendedoras de fato.

Esse investimento se dá através da busca de novas aprendizagens para enfrentar problemas presentes e futuros, consistindo em um esforço complexo, destinado a mudar a organização com vistas a melhor adaptar-se às novas conjunturas, tecnologias e necessidades do mundo competitivo contemporâneo.

Toda empresa deve, efetivamente, desenvolver competências, treinar e estimular os seus funcionários para que todos ajam como um grupo coeso, com vista ao atendimento de qualidade ao cliente final.

Uma primeira aproximação na empresa, pode ser a promoção e o exercício de valores entre seus funcionários que atendem os clientes. Essa noção de valor no atendimento ao cliente final, por sua vez, transfere-se para o tratamento dado aos funcionários comprometidos com os objetivos da empresa.

Desse modo, surge um processo de coesão e comunicação no ambiente interno.Isso significa ver e tratar os funcionários como clientes, dando-lhes consciência do objetivo estratégico da empresa: servir ao cliente com a melhor qualidade possível.

Esse comprometimento passa pela adesão aos valores e objetivos da empresa por meio do Endomarketing e pressupõe o trabalho em equipe, num contexto marcado pela cooperação e pela integração dos vários setores da empresa. Vale a pena dizer também que o Endomarketing trabalha em grande parte com o instrumental fornecido pelo próprio Marketing, num processo educativo, sendo o produto da comunicação interna, a informação deve ser trabalhada através do desenvolvimento e treinamento. Desse modo, é um dos mais importantes instrumentos de Endomarketing.

Os funcionários que têm sob sua responsabilidade o desenvolvimento do programa de Endomarketing devem usar sua criatividade de modo a se tornar quase um “produtor de Hollywood”, identificando grandes ideias e buscando os recursos necessários para que os instrumentos criados consigam encantar o público interno.

A informação passa a ser trabalhada para que os objetivos e as metas globais da empresa sejam alcançados com a participação de todos os funcionários, através de mensagens simples, curtas e claras, numa linguagem que tem como compromisso “ficar na cabeça e no coração ”, contribuindo para a construção de significado e significância para as suas certezas e expectativas.

 

Fontes de Consulta
ANSOFF, H.I.; MCDONNEL, E.J.  Implantando a administração estratégica. Trad. Antônio ZorattoSanvicente, Guilherme Ary Plonky. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1993.
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BULGACOV, S. Conteúdo e processo estratégico: estudo comparativo de casos na indústria alimentícia do Paraná. Tese do curso de Pós-Graduação da EAESPS-FGV, 1997.
CERQUEIRA, W.  Endomarketing: educação e cultura para a qualidade.  Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.
CHANDLER JR, A.D.  Strategy and Structure: Chapters in the History of the Industrial Enterprise. Cambridge, MA: MIT Press, 1962.
GRÖNROOS, C. Marketing: gerenciamento e serviços – a competição na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

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