Os “ismos” definitivamente resolveram invadir nossos dias, nossa rotina, nossas escolhas
Etarismo são conceitos, teorias, correntes, que de modo geral, carregam um sentido pejorativo, que ressoa as incongruência e os paradoxos que encontramos pelo caminho.
Há pouco tempo nos habituamos com a ideia de vida longínqua, de que a mulher após determinada idade está pronta para viver o seu melhor momento. Que nossos queridos dão conta sem a nossa presença 24 horas por dia e que podemos nos afastar, temporariamente, para crescer, produzir, pesquisar, experienciar, provar a vida.
O mercado e a ciência, nos apresentam uma infinidade de fórmulas e possibilidades para termos mais disposição e saúde; profissionalmente há maior espaço e melhores salários; afetivamente, estamos mais exigentes, independentes e apaixonadas por nossos volumes, curvas, cachos e tatuagens.
A roupa para passar já não é mais a prioridade do dia, muito menos a alvura das meias, queremos mais cafés, risadas, composições que encaixem nossas marcas, linhas e a nossa queda de tonicidade com elegância e presença.
No entanto, ao entrarmos na Universidade para a primeira ou a décima graduação, após os 40 anos de idade, somos vistas como um Alien. Alguém improvável para se ter nos grupos de estudo, um sujeito a parte dos conhecimentos tecnológicos e muito menos um colega para sentar no fundão e participar de momentos dos mais descontraídos aos de contestação, tão comuns ao ambiente acadêmico.
O etarismo em suas duas pontas, tanto com relação a incapacidade por se considerar que alguém tenha pouca idade, ou em seu oposto, quando concluímos que alguém não esteja apto por estar velho para determinada situação, demonstra a invariável conduta discriminatória e superficial a qual estamos mergulhados enquanto sociedade de valores e experiências líquidas.
Ora, justo nós que somos especialistas em “metamorforsear” o caos, a ausência e os dissabores. Que gerenciamos o caminho e com jogo de cintura fazemos o retorno se preciso for, sem titubear, sem abrir mão de apoiar quem precise.
Desejamos, não por necessidade, mas por puro charme e reconhecimento, sermos, acolhidas. Queremos fazer parte e replicar o que trazemos na pele o que já vimos e sentimos da vida vivida até aqui.
Guarde seu RG e Carpe Diem!
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