Olá leitoras e leitores,
Hoje o mar não está calmo, pelo contrário, ele está muito turbulento. Estamos vivendo em meio a tempestades, tornados, tufões. Estamos lutando contra a maré.
Mas o mar pode ficar calmo.
É por isso amigos leitores, que hoje eu venho falar de poesia.
Eu Maria Eugenia – Poeta venho falar para vocês olharem a vida com olhos da poesia. Se agarrem à poesia da vida, e vejam o belo em meio ao caos e adversidades.
As coisas que não podemos mudar, podemos enxergar com outros olhos. Voltar a ver a cor da vida.
Para mim há poesia em tudo, talvez por isso encaro esse momento como transformador.
Não é fácil enxergar o Belo, quando a vida está um caos, mas podemos aprender. Podemos nos modificar.
Na poesia do meu amigo escritor e poeta Gilmar Leal Santos, eu encontrei a calmaria.
A poesia abaixo me tocou profundamente, por isso gostaria de compartilha-la com vocês.
Enjoy
A Virgem Responde ao Anjo Anunciador
Não preciso que fales mais,
Gabriel,
Preciso que cantes.
Então, canta para eu sorrir,
Mas a canção do lírio e do alecrim;
Aquela que me dá uma tristeza sentida
E que me deixa o peito aflito,
Não canta.
Canta, sim,
A canção do homem, do meu Menino,
A canção do meu destino.
Sabia, mesmo antes de dizeres, amparada na eternidade,
Predestinada de nascença,
Tocada pela Chama da Trindade;
Que não fora escolhida só para conceber,
Nem só para sofrer dor intensa
– a qual suportarei forte.
Ainda assim, por sentença,
Serei mãe e intensamente sofrerei
A dor mais dolorida de minha grei.
Para ser intercessora,
O caminho mais suave, fiadora,
É que eu fui escolhida!
Sem valimento, querido alado.
Interceder é o meu fado:
Levar as suplicas, as esperanças
Os pedidos sofridos,
De quem me pede,
Ate os ouvidos
De quem cresce em mim:
O cordeiro Pastor,
A nova aurora,
O Sem-fim.
Canta, doce anjo,
Canta mais.
Canta a minha alucinação –
Essa Luz ao teu lado, a visão
Que me acalma o pavor
De não ter a força nem o candor
De mim esperados
Canta e anuncia, querubim,
Não mais para mim.
Ilustração do poema
Sobre o Autor:
Poeta e tradutor. Gilmar nasceu em Apucarana e vive em Maringá, no Paraná. Escritor das obras: Trapezista (2006), Carmesim (2011), Cartas Poéticas (2017), Hoje o mar está calmo (2018). Tradutor de A Terra Árida (2017), um dos mais importantes poemas do século XX, de T.S. Eliot.
Clique aqui e acesse, curta e compartilhe minhas outras matérias.