Inovação estratégica: posicionamento e diferenciação para tornar a concorrência irrelevante.
No contexto atual de crise financeira e acirrada concorrência, criar inovação estratégica de diferenciação se tornam uma estratégia importante para o crescimento de empresas de todos os ramos.
Imagine sua empresa se consolidando no mercado através de um posicionamento que a torne única, de forma que não existirá outra empresa que consiga concorrer com ela. Achou isso impossível? Pois vale a pena conhecer a famosa Estratégia do Oceano Azul. É sobre isso que vamos conversar hoje!
Este conceito foi apresentado pelos pesquisadores da Universidade de Harvard, W. Chan Kim e Renée Mauborgne, no livro A Estratégia do Oceano Azul – como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante, lançado em 2005 nos EUA. O livro é resultado de uma pesquisa que durou uma década com mais de 30 setores, e é leitura indispensável a todo empreendedor que quer se diferenciar através do posicionamento e liderança de mercado.
Basicamente essa estratégia analisa o mercado como um grande oceano dividido entre um oceano vermelho e um oceano azul. O primeiro seria um ambiente disputado e limitado, onde a concorrência é enorme e os recursos são escassos.
Aí estão os mercados já existentes onde um grande número de empresas explora e compete pelas mesmas fatias do mercado.
Este é um cenário altamente competitivo onde as empresas, representadas por tubarões no livro, tentam garantir seus clientes superando os concorrentes, por isso, aqui você tem que brigar constantemente para garantir seu lugar no cenário.
A referência ao Oceano Vermelho se deve as águas sangrentas, pois neste contexto a competição se dá de maneira acirrada e selvagem, o que restringe a atuação das empresas, em especial das pequenas empresas, diminuindo a expectativa de crescimento das marcas e, consequentemente, as margens de lucro.
O Oceano Azul, ao contrário é a parte onde sua empresa pode navegar praticamente sozinha, onde os recursos são abundantes e ela navega tranquilamente pois a concorrência é praticamente irrelevante.
Ali é possível expandir as fronteiras do seu mercado e criar seus próprios espaços de atuação. Parece loucura? Fique tranquilo! O oceano Azul existe, e está bem perto de você, pronto pra ser explorado.
Basta olhar de maneira mais atenta para as possibilidades do seu negócio!
O livro traz diversos estudos de caso, aqui vou trazer o exemplo do Cirque du Soleil que se consolidou em um momento de grande crise para o mercado de circos. O setor sofria forte queda devido a proibição de espetáculos com animais, principais atrações naquele momento.
Nesse mesmo cenário, o Cirque du Soleil apresentou crescimento fenomenal ao se diferenciar. Ele não permaneceu concorrendo com outros circos por aquela fatia de mercado, mas criou seu próprio espaço, ou seja, seu Oceano Azul.
E como ele fez isso? Em primeiro lugar, mudando o seu conceito. Enquanto nos circos tradicionais os espectadores eram conduzidos pelo humor e diversão, vibração e perigo, O Cirque du soleil mudou o conceito ao criar espetáculos refinados e produções variadas, elevando assim o valor do serviço oferecido aos seus clientes e ainda diminuindo os custos.
A necessidade de buscar novos mercados levou a companhia a pensar mais amplamente podendo então identificar o que ainda não tinha sido feito por ninguém naquele nicho. Uma das grandes sacadas foi observar que para criar o novo era necessário eliminar o antigo (o que os circos já ofereciam), reduzir gastos e aumentar o valor agregado.
Esse ponto é importante, pois muitos empreendedores acreditam que para inovar é preciso investir muito dinheiro. Este estudo de caso nos mostra o contrário.
Enquanto os circos tinham astros circenses, espetáculos com animais e espetáculos em vários picadeiros como carros-chefes de suas apresentações, O Cirque de Solei cortou esta estrutura, criando o mercado dos espetáculos circenses, com picadeiro único, tema, varias produções, músicas e danças artísticas em um ambiente refinado.
O Cirque du Soleil criou seu oceano azul e teve um crescimento vertiginoso, sem precisar disputar fatias já existentes do mercado, afinal, criou um novo mercado, atingiu um público novo, para o qual ainda não existia este serviço. Criou seu próprio mercado, reduzindo custos e aumentando o valor agregado.
Criar oceanos azuis é inovar por valor, redesenhando os limites do mercado e dando vida a novas demandas.
Agora, pare um minuto e faça uma reflexão, como você pode aplicar a Estratégia do Oceano Azul na sua empresa? Que demanda você pode dar vida no seu mercado que ainda não foi descoberta por outros players?
No próximo artigo continuarei falando sobre esse assunto e trarei dicas e ferramentas práticas para você aplicar no seu negócio. Até lá!