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O Abuso Narcisista

O abuso narcisista

Explorando a Manipulação e o Controle Dissimulados

O abuso narcisista surge quando as características do narcisismo são utilizadas como ferramentas de manipulação e controle sobre os outros.

Como traço de personalidade, emprega uma série de estratégias manipulativas e de controle para satisfazer suas necessidades e desejos, muitas vezes às custas dos outros.

 Essas ferramentas são habilmente utilizadas pelos indivíduos narcisistas para alcançar seus objetivos e manter uma sensação de poder e superioridade sobre os demais.

O Narcisista pode utilizar das seguintes estratégias:

  1. Mentira e Manipulação: Os narcisistas frequentemente recorrem à mentira e à manipulação para distorcer a realidade e alcançar seus objetivos. Eles podem distorcer os fatos, inventar histórias ou manipular as emoções dos outros para obter vantagem pessoal.
  2. Gaslighting: Esta técnica psicológica envolve negar, distorcer ou questionar a realidade da vítima, levando-a a duvidar de sua própria percepção e sanidade. O narcisista utiliza o gaslighting para minar a confiança da vítima e mantê-la sob seu controle.
  3. Isolamento Social: Os narcisistas muitas vezes procuram isolar suas vítimas, limitando seu acesso a amigos, familiares e outras formas de apoio social. Isso os torna mais dependentes do narcisista e menos propensos a questionar ou resistir ao seu comportamento abusivo.
  4. Exploração Emocional: Os narcisistas frequentemente exploram as vulnerabilidades emocionais de suas vítimas para manipulá-las e controlá-las. Eles podem alternar entre elogios e críticas, amor e rejeição, para manter a vítima emocionalmente instável e submissa.
  5. Culpabilização: Os narcisistas muitas vezes culpam suas vítimas por seu próprio comportamento abusivo, invertendo a responsabilidade e fazendo com que a vítima se sinta culpada e responsável pelos problemas no relacionamento.
  6. Intimidação e Ameaças: Em situações extremas, os narcisistas podem recorrer à intimidação e ameaças para manter o controle sobre suas vítimas. Isso pode incluir ameaças físicas, emocionais ou financeiras, destinadas a silenciar qualquer forma de resistência ou oposição.

Para o narcisista, a percepção do sofrimento da vítima pode ser uma fonte de satisfação, poder e controle. Aqui está uma explanação formal sobre esse aspecto:

A satisfação do narcisista ao perceber o sofrimento da vítima é intrinsecamente ligada ao seu desejo de poder e domínio sobre os outros.

Quando uma vítima está triste, deprimida ou emocionalmente abalada, o narcisista sente uma sensação de poder sobre ela, como se tivesse obtido sucesso em sua tentativa de manipulação e controle.

Esse sentimento de domínio alimenta o ego inflado do narcisista e reforça sua crença na sua superioridade sobre os outros.

Além disso, o sofrimento da vítima pode ser interpretado pelo narcisista como uma confirmação de sua própria importância e valor.

Ao ver a vítima emocionalmente vulnerável e dependente dele, o narcisista reforça sua autoimagem de ser especial e indispensável. Isso contribui para a manutenção do ciclo de abuso, onde a vítima continua presa ao narcisista em busca de validação e amor, mesmo que isso signifique suportar mais abusos.

O narcisista sente um prazer sadista ao testemunhar o sofrimento alheio. Para alguns narcisistas, a dor dos outros é uma fonte de entretenimento ou gratificação pessoal.

 Essa falta de empatia e compaixão é uma característica central do narcisismo e contribui para a perpetuação do ciclo de abuso que inclui a fase de tensão, de violência e de arrependimento

O narcisismo é considerado um subtipo do transtorno de personalidade borderline devido às semelhanças na intensidade emocional entre esses dois transtornos.

Tanto os indivíduos com transtorno de personalidade borderline quanto os narcisistas experimentam emoções de forma extrema e intensa, o que contribui para seus comportamentos característicos.

No transtorno de personalidade borderline, os indivíduos frequentemente vivenciam oscilações abruptas de humor, passando de estados de extrema euforia para profunda tristeza em questão de momentos.

Essa intensidade emocional pode levar a comportamentos impulsivos e autodestrutivos, bem como a relacionamentos interpessoais turbulentos e instáveis.

Da mesma forma, os narcisistas também experimentam emoções de forma intensa, mas de uma maneira diferente.

Eles tendem a sentir uma necessidade constante de serem admirados e validados, e qualquer ameaça percebida à sua autoestima pode desencadear reações de raiva e hostilidade.

 Assim como no transtorno de personalidade borderline, essas emoções intensas podem levar a comportamentos manipuladores e destrutivos em busca de gratificação narcisista.

Além disso, tanto os indivíduos com transtorno de personalidade borderline quanto os narcisistas podem ter uma visão distorcida de si mesmos e dos outros.

 No transtorno de personalidade borderline, isso se manifesta como uma autoimagem instável e uma falta de clareza na identidade pessoal.

Para os narcisistas, isso se traduz em uma grandiosidade exagerada e uma necessidade constante de admirar a própria imagem.

Portanto, a intensidade emocional compartilhada entre o transtorno de personalidade borderline e o narcisismo contribui para a classificação deste último como um subtipo do primeiro.

Assim, diferentemente do que muitos acreditam, embora o comportamento narcisista se assemelhe aos de um psicopata, é crucial destacar que o narcisista age com consciência e foco em si mesmo, enquanto o psicopata age sem remorso ou consideração pelos outros.

Ambos os transtornos apresentam desafios significativos no manejo das emoções e dos relacionamentos interpessoais, requerendo intervenções terapêuticas especializadas para promover a estabilidade emocional e o funcionamento saudável, ainda que no caso da psicopatia não exista cura, mas pode existir controle.

Desvendando o Método Pedra Cinza: Estratégias de Enfrentamento no Relacionamento com Narcisistas

O método pedra cinza, frequentemente utilizado por narcisistas em relacionamentos abusivos, é uma estratégia de manipulação que tem como objetivo desvalorizar e ignorar a vítima.

Nesse método, o narcisista deliberadamente se distancia emocionalmente da vítima, demonstrando falta de interesse, indiferença e desatenção em relação às suas necessidades e sentimentos.

Essa forma de manipulação pode ter um impacto devastador na autoestima e no bem-estar emocional da vítima, levando-a a sentir-se desvalorizada, invisível e indesejada.

A percepção de que o narcisista não se importa com ela pode desencadear sentimentos de tristeza, solidão e até mesmo depressão na vítima.

No entanto, uma maneira eficaz de lidar com o método pedra cinza é não reagir às provocações do narcisista.

Ao invés de mostrar que está abalada ou buscar a atenção do narcisista, a vítima pode optar por demonstrar indiferença e despreocupação em relação ao comportamento do narcisista.

Isso pode incluir manter-se ocupada com atividades que a fazem sentir-se bem consigo mesma, focar em seus próprios interesses e relacionamentos saudáveis, e não dar ao narcisista a satisfação de uma reação emocional.

Ignorar o comportamento do narcisista pode frustrá-lo, já que ele busca constantemente validação e atenção.

Ao não dar essa gratificação, a vítima retira o poder do narcisista sobre ela e preserva sua própria autoestima e bem-estar emocional.

É importante ressaltar que lidar com o método pedra cinza e outros comportamentos manipulativos de um narcisista pode ser desafiador e pode exigir apoio emocional e terapêutico.

No entanto, ao reconhecer essas estratégias de manipulação e desenvolver maneiras saudáveis de lidar com elas, a vítima pode começar a recuperar seu poder e autonomia no relacionamento.

É crucial ressaltar que aprender a lidar com um narcisista não deve ser interpretado como um incentivo para permanecer em um relacionamento abusivo.

Pelo contrário, é fundamental reconhecer que sair de um relacionamento narcisista pode ser um processo complexo e desafiador, que requer planejamento, recursos e apoio adequados.

Muitas vezes, as vítimas de abuso narcisista enfrentam obstáculos significativos ao tentar deixar o relacionamento. Elas podem não ter recursos financeiros ou redes de apoio sólidas para ajudá-las a se estabelecer de maneira independente.

Além disso, o narcisista pode ter minado sua autoconfiança e autonomia, tornando ainda mais difícil para elas se libertarem do ciclo de abuso.

Enquanto planejam sua saída do relacionamento com o narcisista, as vítimas enfrentam o desafio de aprender a conviver com seu comportamento abusivo. Isso é extremamente importante para evitar que a imagem distorcida que o narcisista criou delas para elas persista, assim como a tristeza e a depressão que ele planta.

Ao compreender e aprender a conviver com o comportamento narcisista, as vítimas podem reunir forças para agir em segundo plano, sem que o narcisista perceba.

Isso pode incluir a procura de uma casa para alugar, a busca por emprego e o fortalecimento de sua própria rede de apoio.

 Mesmo quando não encontram apoio externo, as vítimas precisam se apoiar, pois sabem que estão passando por um momento difícil.

Aprender a conviver com o comportamento narcisista é essencial para que elas tenham a força necessária para dar os passos rumo à sua liberdade.

No entanto, é importante destacar que esse período de preparação para a saída não deve ser visto como uma justificativa para tolerar ou aceitar o abuso narcisista.

Ao contrário, é um período de transição necessário para que a vítima recupere sua autonomia e se prepare para uma vida livre do controle do narcisista.

 Para compreender mais sobre o comportamento agressor e violento na violência doméstica e do abuso narcisista recomendo a leitura do meu livro ‘Violência Doméstica: da Identificação à Prevenção’,

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Karol Cestari

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