Os analfabetos do futuro, você não vai querer integrar esta lista!
Quando ouvimos esta frase, invariavelmente nos vem à mente a célebre frase de Alvin Toffler, escritor e futurólogo “O analfabeto do futuro não será a pessoa que não pode ler. Será a pessoa que não sabe como aprender”.
Interessante notar como uma citação – que por sinal, contextualizada em uma de suas principais obras ‘O Choque do Futuro’, disseminada na década de 80, continua sendo atual.
Aliás, nem precisamos de muita filosofia para entendermos que sempre haverá futuro e que este amanhã, certamente, será diferente do ontem. A mudança é uma constância no processo evolucionário.
“Tudo é fluxo. Nada está terminado. Nada acabado. A constante necessidade por mudanças é o eixo principal do mundo moderno”, afirmou Kevin Kelly, em seu livro Entendendo as 12 forçar tecnológicas que moldarão o futuro.
Acontece que desde que Toffler proferiu esta e muitas outras frases, a velocidade com que as mudanças ocorreram têm trazido impactos significativos na economia, ambiente e sociedade – em especial, em como as pessoas estão lidando com novos formatos de relacionamentos no ambiente social e profissional.
Dia desses, localizei uma foto minha com as minhas irmãs, datada há mais de 4 décadas (pronto, contei minha idade, rsrsrs) e envie para minha mãe via WhatsApp.
Até aqui, podemos considerar algo, relativamente, normal: uma senhora de mais de setenta anos acessando WhatsApp (ainda assim, tema para outro artigo!).
Eis que no dia seguinte, notei que minha mãe havia alterado sua foto de perfil, substituindo a antiga pela foto que havia enviado para ela.
Opa… aqui entramos numa fase avançada. Salvar imagem e alterar foto de perfil requerem um tanto a mais de conhecimento do que simplesmente trocar mensagens de texto e voz. Ou seja, Mamis aprendeu algo novo.
Indiscutivelmente, o futurólogo Toffler estava correto ao alertar para a contínua necessidade por aprender a aprender.
E os exemplos não param por aqui. Agendei atendimento com um novo cliente, cujo cargo anterior era de Presidente de uma empresa multinacional, e para tal ele teve que criar um novo perfil no aplicativo Skype (ele me confidenciou que precisou da ajuda do filho para criar este novo perfil).
Começamos a sessão e quando mencionei ‘para começar vou compartilhar minha tela contigo’, com um olhar de agradável surpresa, ele relata: “aprendi mais uma hoje”.
Uma recente pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half apontou que oito em cada dez brasileiros disseram que encontrar profissionais bem preparados será um desafio nos próximos cinco anos.
Para 88% dos executivos brasileiros, encontrar mão de obra qualificada está mais difícil hoje do que há cinco anos – o que nos mostra que, mesmo diante da enorme gama de oportunidades para o desenvolvimento profissional, a grande maioria dos profissionais (de qualquer nível) parou de aprender. Ou então, como diria Toffler, não soube como aprender.
Ainda sobre esta realidade, também temos que levar em consideração que existem dois lados puxando esta corda.
Muitas vezes, as próprias empresas elevaram tanto o grau de requisitos e skills – sejam técnicos ou comportamentais, reduzindo o salário ao mesmo tempo, o que torna a busca pelo melhor candidato um tanto quanto desafiadora.
Fique atento ao que acontece a sua volta e busque se atualizar, de acordo com a demanda do mercado.
A sugestão é válida para quem está empregado ou não, quem busca uma movimentação ou promoção, para quem visa, apenas, se manter no emprego atual, ou para quem quer empreender, montar o próprio negócio ou atuar no plano B de carreira.
E uma das exigências do mercado atualmente é saber como migrar do mundo analógico para o digital. Pode parecer exagero, mas tenho notado um alto percentual de profissionais perdidos sobre como lidar com esta nova realidade.
Deixar de lado a habilidade de gerenciar a presença digital e como sua imagem é percebida pelo outro significa iniciar a corrida com inúmeras desvantagens.
E o mais desafiador é que, esta nova exigência foi adicionada à longa lista com a qual sempre tivemos de lidar: formação superior, pós-graduação, MBA, cursos de especialização, segundo ou terceiro idiomas, e a lista segue…
Ou seja, o desafio cresceu. E mais do que nunca ‘saber como aprender’ assume o comando.
Ah, mas isso tudo é mais do que óbvio. Talvez um contraponto, porém nem tudo que é óbvio significa que é fácil de ser aplicado.
E para adicionar um pouco mais de tempero, entre o “saber que tem que fazer” e “efetivamente colocar em ação” há uma forte linha divisória, que tem que ser quebrada.
Com suas sábias e visionárias palavras, Alvin Toffler explica que “choque do futuro é o estresse e desorientação esmagadoras induzidas nas pessoas expondo-as a muita mudança em um tempo muito curto”.
E quem não aprender a superar todo esse desconforto, poderá integrar a lista dos “analfabetos do futuro”.