A palavra não talvez não seja a primeira falada, mas é uma das mais ouvidas, que aprendemos ainda quando bebês. E mediante diversas negativas, somos apresentados aos limites de espaço e conduta na vida.
E com a carreira não é diferente. A vida profissional nos proporciona, muitas vezes, situações gratificantes e outras desagradáveis, que, dependendo da nossa forma de lidar com cada evento, podem se transformar em oportunidade ou retrocesso.
Tratando-se do assunto no âmbito especificamente profissional, é comum que oportunidades para a carreira na instituição sejam concedidas ou negadas, como por exemplo, promoções e participações em grupos de trabalho ou projetos importantes. A situação se agrava quando o empregado ou servidor é deslocado para cargos ou funções inferiores, mesmo dentro da legalidade.
Para os profissionais liberais a situação se repete no que tange à concorrência do mercado. Quantos contratos considerados como celebrados nem chegam a se concretizar pelos motivos mais diversos?
Em ambos os casos, tanto para subordinados quanto para profissionais independentes, as negativas não são nada agradáveis, mas, muitas vezes, são inevitáveis naquele momento. Porém, a maioria das pessoas reage de forma negativa a essas situações.
Encarar, nesse caso, significa olhar de frente a realidade que nos é apresentada ao invés de rejeitá-la ou ignorá-la. Fingir que nada está acontecendo ou nos afetando só vai adiar ou fomentar frustrações. Então, o melhor a fazer é primeiramente fixar a situação real, de forma honesta e sem fantasias.
Aceitar o cenário apresentado não se trata de resignação, mas sim de resiliência. É reagir de forma positiva às adversidades e receber aquele não com maturidade profissional, ouvindo as respectivas justificativas, se for o caso, a fim de esclarecer pontos obscuros da relação contratual ou hierárquica, assim como, as falhas que podem ter ocorrido de ambas as partes, para que a situação tenha sido conduzida para aquela direção.
A segunda fase da aceitação consiste na reflexão. É preciso ter humildade para refletir sobre qual a nossa responsabilidade nesse processo todo. Fomos omissos ou relapsos? Desviamos do foco do trabalho? Qual a nossa contribuição para o insucesso do projeto? Onde realmente falhamos?
Se estas perguntas forem verdadeiramente respondidas, o próximo passo será mais fácil de ser dado na direção certa. Conhecendo nossos pontos fracos, podemos agir estrategicamente, providenciando o que for necessário, seja em relação à capacitação técnica, mudança de paradigmas, de conduta, de nicho, e o que mais for necessário para o fortalecimento de nossa atuação profissional e, consequentemente, o alcance de resultados positivos para o nosso trabalho.
E por fim, o combate ao não se apresenta no sentido de batalha propriamente dita. Essa luta tem um propósito: o alcance do sim desejado, qual seja, onde queremos chegar, que status queremos ocupar, qual a posição profissional que se quer alcançar, que mercado queremos conquistar, etc.
Ouvi de uma profissional da área de Psicologia voltada para carreiras a seguinte assertiva: “o não organiza”. Relembrando o que foi tratado no início do texto, as proibições impõem limites para nossas condutas em todas as etapas da vida, desde a infância, pelos nossos pais, até a fase adulta, mediante as normas legais e éticas.
Portanto, as negativas recebidas na vida profissional exigem de nós a organização necessária voltada para o alcance do sucesso almejado. Caso contrário, os resultados obtidos serão apenas a vitimização ou estagnação. Importante lembrar que no pódio só há espaço para vencedores. E não existe vitória sem humildade, muito trabalho, dor e superação.