[…] Algumas vezes, durante discussões abstratas, irritei-me ao escutar me dizerem: “Você pensa isso porque é mulher”. E eu sabia que a minha única defesa era responder: “Eu 01penso porque é verdadeiro”, eliminando assim minha subjetividade. […]. Trecho extraído da obra O segundo sexo (Difusão Europeia do Livro, 1970), Simone de Beauvoir (1908-1896).
Escolhi começar meu primeiro artigo com uma frase que eu me identifico muito!
Quantas vezes você mulher foi rotulada como algum adjetivo, sentimento ou ação só por ser mulher?
A frase é da escritora, filósofa existencialista, ativista política e teórica social francesa Simone de Beauvoir, que possui uma vasta obra que aborda questões femininas. O que gosto dela é que é uma mulher escrevendo sobre (nós) mulheres!
Portanto, ninguém melhor do que Beauvoir para nos guiar nesta jornada sobre quem e o significa ser mulher! Porque afinal de conta, como Simone, quem de nós não quer um romance na vida? Quem não quer ser lembrada? Quem não quer construir algo maior do que nossa própria existência?
Simone de Beauvoir causava frisson em sua época e até hoje! Em sua época (estamos falando de 1920 a 1980) esteve em um relacionamento amoroso com outro filósofo Paul Sartre, a união foi longa e polêmica.
Mais recentemente, 2015, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) cobrou uma questão com uma frase da filosofa, o que causou muito alvoroço. (leia mais em: Enem 2015: questão sobre feminismo é comentada nas redes sociais).
Enfim, ninguém melhor do que Beauvoir para nos guiar nesta jornada sobre quem e o significa ser mulher! Porque afinal de conta, como Simone, quem de nós não quer um romance na vida? Quem não quer ser lembrada? Quem não quer construir algo maior do que nossa própria existência?
No livro O segundo Sexo, a filosofa apresenta sua visão sobre o que é ser mulher.
Como existencialista, ela teoriza que primeiro existimos para depois construirmos nossa essência. Ou seja, como mulheres somos construídas socialmente e culturalmente como mulheres.
O que significa que não existe um ser “mulher” pronto e acabado. Somos construídas e reconstruídas constantemente.
Beauvoir escreve em um mundo em que a opressão e os limites sobre as mulheres ainda eram muitos, por conta disso, sua obra é marcada por um desejo profundo de que as mulheres consigam ser iguais aos homens, no que diz respeito a escolha.
A filosofa revoga o direito de nós mulheres podermos ser responsáveis por nossos atos, ações e destino. Ou seja, é um grande grito de liberdade.
Portanto, escrevo hoje a luz de Simone Beauvoir para afirmar que nada nem ninguém define o que é ser mulher. O que define nós mulheres, somos nós mesmas! Esta liberdade de escolha é a verdadeira emancipação feminina!
Fico muito contente em meus processos de coaching quando uma cliente descobre sua força, seu poder e a ela mesma! Porque este autoconhecimento é a verdadeira chave para o sucesso e felicidade.
E como a passagem de “Alice no Pais das Maravilhas” quando a lagarta pergunta à Alice: “Quem és tu?” E Alice se perde na resposta, pois para ela era muito confuso ser pequena, grande, estar em um mundo fantástico, tudo no mesmo dia.
E estas transformações não acontecem conosco todos os dias?
Não somos mães, filhas, esposas, amantes, amigas, confidentes, donas de casa, empresarias, motoristas, cozinheiras, atletas e tantas outras funções em um único dia?
Tente responder: Quem é você?
Liberte-se com sua resposta!
Se precisar de ajuda, conte comigo!