O risco de não correr riscos… Riscos de forma consciente!

O risco de não correr riscos… Quando correr riscos de forma consciente aumenta as chances de sucesso de nossos projetos!

Imaginem um mundo onde os erros não acontecem porque os evitamos com sucesso a todo momento. Nele vivemos avaliando os fatos e mencionando: ‘corremos o risco de’, ‘ não podemos correr riscos’, ‘desta forma evito o risco’, ‘não quero me arriscar’, ‘não vou me expor’….

Neste mundo, incidentes e problemas com impactos negativos não acontecem e os esforços do ser humano são unicamente direcionados para detectar eventos que possam gerar riscos e problemas e para neutralizá-los. Vive-se exclusivamente para evitar riscos e nada mais. Não há tempo para estratégias, planejamento futuro, inovações, criação de novos negócios, projeções de negócios, preparação para profissões do futuro ou bens de consumo renovados.

Ninguém erra, todos ganham sempre.

Até que um dia faltam recursos para atender a todos e mesmo ganhando, muitos sempre saem perdendo. Com isso não há desafio, expectativas, análises e projeções, aprendizado contínuo com erros, benchmarking, pois o cenário é sempre previsível.

Pois é.… parece um cenário fácil demais e nada desafiador.

Mas não se desespere! Este mundo é fictício e foi criado nesta matéria para te conduzir à reflexão.

Não correr riscos, é exatamente o maior risco que qualquer indivíduo, grupo de pessoas, empresa ou conglomerado de empresas, pode correr.

Não correr riscos significa por exemplo não sair de casa, não andar em locais com aglomeração de pessoas, não utilizar fogo, água ou qualquer substância que permita um acidente doméstico, não ter filhos, não comprar uma casa, não trabalhar, não efetuar transações financeiras eletrônicas, não ter celular e aplicativos móveis, não se casar, nunca tomar decisões no trabalho, não mudar de carreira, não escolher cursos na faculdade ou na pós, não ter empresa e não ser empregado, dentre outras milhões de situações que vivenciamos, enfrentamos seus problemas e riscos e superamos em nossas vidas.

O esforço e custo para não se correr riscos é muito mais alto do que sofrer com o impacto negativo e adverso de alguns deles. Além disso, tal esforço excessivo não nos permite criar, sonhar, desenvolver projetos, negócios, exercitar a tomada de decisões e principalmente crescer como profissional e como pessoa com os fabulosos aprendizados que ganhamos quando riscos se materializam e nos forçam a pensar como neutralizar seus impactos ou como evitar sua reincidência. Este cenário de negação ao risco nos restringe e enclausura em um mundo ilusório, onde achamos que sairemos vencedores por ter evitado todos os problemas, mas na verdade seremos perdedores em experiências, ações e muitas vezes atuaremos em funções e negócios que não crescem e deixam de existir.

Por isso, riscos devem ser projetados, identificados, analisados, avaliados e devidamente tratados. Dependendo do nível de risco com o qual lidamos, podemos tentar reduzir na maioria dos casos, transferir onde não tivermos especialidade ou braços para tratar, aceitar quando pudermos suportar seu impacto ou até mesmo evitar, mas apenas em cenários extremos.

E esta teoria pode ser aplicada em qualquer setor de nossas vidas, sejam eles projetos, empresas, família, relacionamentos pessoais ou saúde, para que possamos aumentar nossas chances de êxito, pois o nosso sucesso muitas vezes depende das experiências prévias de fracasso vivenciadas, dos cenários adversos vividos, analisados e tratados com sabedoria, dos momentos em que perdemos quando nos programamos para ganhar e principalmente depende de como reagimos à perda e aos impactos negativos.

Riscos, dado que existem, também se materializam e nos trazem impactos. Na maioria das vezes, vemos tais impactos como negativos, mas esquecemos que através do aprendizado com o risco e seu impacto adverso, podemos encontrar oportunidades.

Isso mesmo… com todo risco, há uma oportunidade, mas muitas vezes nos direcionamos para atentar aos impactos negativos e não aos positivos. E este é um tema que detalharemos em outra matéria, mas de suma importância para o nosso sucesso. Temos visíveis oportunidades exploradas quando mencionamos ‘está doente, mas não perde o bom humor e o brilho’, ‘está vivendo esta crise de forma criativa, gerando negócios de forma inteligente’, ‘construiu um império quando teve uma ideia no meio de problemas que estava vivendo’.

Por fim, não estou aqui fazendo apologia ao fracasso ou induzindo pessoas e empresas ao erro. Mas quero enfatizar o valor que existe por trás destas experiências amargas, que muitas vezes insistimos em esconder, evitar e esquecer, quando deveríamos inventariar, analisar pós ocorrência e buscar oportunidades ou lições aprendidas.

Estas situações nos trazem sabedoria, margem para análise e reação, compõem dados históricos e, portanto, aumentam nossas chances de êxito a partir de sua ocorrência.

Enfim, bem-vindos a esta coluna, que nos fará refletir sobre como utilizamos o risco e seu impacto adverso a nosso favor.

 

Andréa Thomé
Empreendedora e Sócia Diretora da Primordial Consultoria e Sistemas
Dados de contato: [email protected]
www.primordial.com.br

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