Pelo fim do Outubro Rosa

Outubro Rosa é o nome da campanha internacional cujo foco é sensibilizar a população para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Anualmente, o mês de outubro é tomado por diversas ações de conscientização a sobre o tipo de câncer que mais atingem as mulheres no mundo todo.

Com o sucesso da campanha e a adesão de grandes marcas no cenário global, cada vez mais, a campanha vem ganhando destaque no ambiente empresarial. Empresas de vários portes tem aderido ao movimento, estimulando o alerta sobre o valor e importância do diagnóstico precoce.

Veja aqui algumas campanhas realizadas por grandes marcas no Brasil.

Além de ações com foco em alertar a população, marcas e instituições realizam campanhas de arrecadação de fundos para contribuir com pesquisas que estudam a causa, prevenção, diagnóstico, tratamento e cura do câncer de mama.

bike

 

Flight attendant Paivi Holiday in a pink uniform for breast cancer awareness.
Comissária de bordo da Delta Airlines Alice Ramsey

O lounge da companhia aérea Delta (pioneira na utilização de uniformes cor de rosa no mês de outubro – saiba como teve início esta ação), em Detroit, EUA, estava promovendo o sorteio de uma bicicleta e vários produtos, com cupom ao custo de 5 dólares.  Além disso, parte do valor arrecadado com a venda da bebida Minute Made Pink, da Coca-Cola, seria revertida para pesquisas.

Meu intuito com este artigo é muito mais incitar a reflexão mais profunda sobre o tema do que relatar campanhas realizadas ao redor do mundo.

Segundo dados de pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de casos de câncer em todo o mundo deve duplicar nos próximos 20 anos. Essa é a expectativa apontada pela Relatório Mundial do Câncer 2014, o qual aponta que o número de novos casos pule de 14 milhões em 2012 para 22 milhões em 2030.

 

Ao ler estes dados alarmantes, algo soou estranho. Comecei a indagar qual o real e efetivo benefício que milionárias campanhas de marketing têm trazido para um fator crítico como este. Deixando o universo de negócios, neste mês, me deparei com muita gente apoiando o Outubro Rosa nas redes sociais, ao adicionar efeito rosa a foto do perfil.

 

 

Iniciativas brilhantes, sem dúvida. Até o momento, nunca houve um caso de câncer de mama na minha família, tanto do lado paterno quanto materno, mas convivi com amigas que sobreviveram à doença. Talvez, opinar sem ter sentido na pele seja muito mais fácil e simples. Talvez o valor de uma campanha seja imensurável para quem esteja enfrentando o câncer de mama.

Mas não consigo me calar diante de números alarmantes. Me sinto no dever de alertar sobre o aumento significativo de casos de câncer ao redor do mundo, dentre os quais está o de mama. Troco a fitinha rosa por palavras.

Trabalhando com uma equipe de médicos, a Dra. Debora Rhodes desenvolveu uma nova ferramenta para a detecção de tumores três vezes mais efetiva do que as tradicionais mamografias para mulheres com denso tecido no seio. O potencial para salvar vidas é imenso. Então por que nunca ouvimos falar disso?

Confesso que fiquei chocada ao assistir ao vídeo, em especial, quando a Dra. Rhodes  afirma que existem dois grupos de mulheres no mundo; 1) mulheres as quais a mamografia funciona, e 2) mulheres as quais a mamografia não funciona. Assim como a plateia que prestigiava sua palestra no TED, não faço a mínima ideia de a qual grupo eu pertenço.

Como leiga no assunto, minha opinião é baseada nas informações divulgadas, as quais apontam aumento nos casos de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) a estimativa é de quase 60 mil novos casos a cada ano – incidência de 2% de crescimento no número de mulheres que travarão uma batalha contra este tipo de doença.

Muito embora a campanha Outubro Rosa venha ganhando mais e mais evidência e adesão, parece-me que não tem sido suficientemente forte para impactar e reduzir a quantidade de histórias de mulheres cujas vidas estão em risco.

A não ser que alguém me diga que marcas vestidas de rosa sejam suficientes para acalmar o coração de um uma mulher que realizou o auto-exame e diagnosticou um caroço no seio e que terá que aguardar até 180 dias para realizar um exame de imagem no SUS, obter o diagnóstico oficial e depois aguardar mais 60 dias para iniciar o tratamento.

 A solução?  Certamente, passa pela tríade economia, políticas públicas e avanços reais nas pesquisas (grande parte provenientes do setor privado). Campos polêmicos e pouco voltados à rupturas.

Também troco a minha fitinha rosa por mais dois vídeos, localizados no TED, sobre avanços tecnológicos para o diagnóstico e prevenção.

Vídeos (Inglês):

Admiro a força da campanha, apoio a causa e incentivo o diagnóstico precoce. Mas torço pelo fim do Outubro Rosa, num cenário onde tratamento e cura seriam tão eficientes e democráticos que o laço rosa fosse apenas adorno.

Saiba mais sobre origem da campanha Outubro Rosa

Até a próxima.

 

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