Educar é plantar flores. Pela Educação a gente planta, cultiva, e, o nosso jardim deve ficar admirável.
Quero conversar com você sobre essa ideia…
Admirar é olhar com espanto a beleza que nos surpreende. Se somos nós quem admiramos o nosso jardim, já está de bom tamanho. Mas, se outras pessoas admiram, então, a satisfação será maior, e, se ainda os admiradores são as pessoas que mais valorizamos para a colheita compartilhada, a alegria é quase plena.
A colheita não será agora, ela será de futuro. Por isso, acreditar no amanhã é acreditar e zelar pelo crescimento, hoje.
O meu e o seu crescimento, como aprendentes e ensinantes, são possíveis e desejáveis.
Geralmente, como mulher, aceitamos ser formadoras e educadoras de gerações, apesar de que cada vez mais as certezas para cumprirmos essa missão da humanidade vêm desaparecendo. Em muitos momentos, a diminuição das certezas nos enche de medo.
É aí que nos perguntamos: qual o melhor caminho para nossos filhos? E, no caso de sermos educadores por profissão, fazemos a mesma pergunta em relação a nossos alunos. O medo pode paralizar e fazer com que nos acomodemos a tudo e ainda provocar para que a gente renuncie a exercer nosso papel feminino. Por outro lado, este medo pode impulsionar a aventura de tentarmos chegar à descoberta de que não há um único caminho, mas sim, múltiplos roteiros à escolha deles, dos mais jovens. Educar, assim, é um processo de apoiar e encorajar.
O mais significativo da educação é viver o processo, é cultivar. Fazer e refazer é o que a gente aprende na educação. Ou, seja, promover tentativas no tempo. Muitas vezes focamos, exclusivamente, nos resultados, tanto para nossos filhos quanto para nós. E muitas vezes os resultados apenas apontam para os que deveremos ter e o que os mais jovens deverão conquistar. No processo, entretanto, o alvo é Ser, na dimensão do passado, presente e futuro.
A educação é rica, pessoal e mágica justo pelo processo vivido no tempo. Pelos múltiplos roteiros que se abrem e pela escolha de plantar isso e aquilo. O amor e a paciência devem estar presentes na construção de cada jardim porque ninguém nasce pronto, assim como as flores. Essa é uma máxima da educação.
Acreditar no amanhã é crer e investir, com coragem (dando cor à ação), no processo da construção e do cultivo. Investir tempo é saber o valor da paciência. Amar, com coração rubro, é conectar-se e estar sintonizado consigo mesmo e com o outro. É pela paciência e amor que vão surgir os mais fascinantes roteiros com os mais belos jardins.
Quem deve admirar-se pela beleza surpreendente do jardim é a jardineira. Somos nós. Precisamos amar as nossas flores e esperar que elas cresçam, investindo em oportunidades e tempo. Isso, em outras palavras, é a essência do empreender.
Estamos acostumadas a pensar que há uma educação orientada para criar empreendedores. Na minha forma de ver, toda a educação é um processo de empreender. A escolha das flores e seu cultivo é a própria vida. Educar é viver. Viver é educar. Empreender é viver e viver é empreender.
Empreender é educar-se. É preciso criar espaço para o autoconhecimento e para o amor próprio. Saber admirar cada jardim e cultivá-lo enquanto vivermos.
Sou uma jardineira que desejo escolher as flores que vou plantar: – em quais competências pessoais desejo investir como educadora de mim mesma? Para isso, preciso me conhecer e colocar tudo ao nível da consciência. Quem eu já fui? Quem estou sendo? Quem eu desejo ser amanhã?
Educar-me é conhecer e despertar o que tenho de melhor e adquirir o que é valorizado por mim para um melhoramento contínuo. É escolher roteiros para cultivar a beleza de meu jardim como empreendedora…
Amora Rubra
Educadora e Consultora Educacional