Por que não empreender em segmentos “dominados por homens”?

Empreender é um dos caminhos que muitas mulheres têm trilhado para atuar naquilo que amam, ter liberdade para gerir seu tempo e sua carreira e/ou obter uma renda compatível com suas necessidades.

Essa opção pelo empreendedorismo pode ocorrer em diferentes momentos da vida. Bel Pesce, Camila Achutti e Camila Farani, por exemplo, são jovens empreendedoras, com idade abaixo de 35 anos; Cristiana Arcangeli, Constanza Pascolato e Luiza Helena Trajano são experientes empreendedoras e se destacam há muitos anos em seus segmentos. Idade, definitivamente, não é um limitador para empreender.

O que parece ser uma barreira é o segmento dos negócios criados e geridos por mulheres. Ainda se percebe uma maior concentração de empreendedoras em setores de beleza, saúde e bem-estar, moda, artesanato e culinária.

É como se as mulheres soubessem exatamente do que outras mulheres precisam e criassem produtos e serviços para atender justamente essas demandas tão particulares – e rentáveis.

Mas por que não empreender em setores da economia “dominados por homens”? Em vez de criar uma confecção de roupas para bebês ou abrir um salão de beleza, por que não montar uma construtora, uma empresa de programação de softwares e aplicativos ou um fundo de investimentos?

Claro que a entrada nesses setores historicamente dominados por homens não é fácil, só que isso não deve ser encarado como impeditivo para arriscar e ser bem-sucedida. Talvez o já solitário e desafiador dia a dia da empreendedora seja ainda mais intenso quando se atua em segmentos com menor interlocução com outras mulheres.

Mas assumimos intensamente nossos inúmeros papéis como mulher, mãe, profissional, amiga, esposa e enfrentamos desafios o tempo todo em cada um deles.

Por que não conseguiríamos superar mais esse? Bel Pesce, Camila Achutti e Camila Farani, citadas acima, são algumas das empreendedoras que atuam em setores ditos “mais masculinos” e têm conseguido feitos incríveis.  

Além de lutar por posições de liderança e equiparação salarial e de lidar com as múltiplas jornadas e a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional, é preciso agir para que o empreendedorismo feminino esteja presente em todos os setores da economia.

Se já conseguimos criar e ofertas produtos e serviços rentáveis e adequados ao público-alvo atuando em segmentos “dominados por mulheres”, imagine o que somos capazes de fazer atuando em todos os segmentos, indistintamente?

 

Vivian Rio Stella

Doutora em Linguística pela Unicamp e pós-doutora pela PUC-SP, Vivian Rio Stella é sócia-diretora da VRS Cursos, Palestras e Coaching (www.vrscursos.com.br), especializada em comunicação, liderança e empreendedorismo.

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