Transtornos mentais e Psicopatia na evolução da criança
Psicopatia: Embora certo traços psicopáticos possam ser identificados na infância o diagnóstico apenas pode ser concluído após os 18 anos e o principal motivo para tal diagnóstico “tardio” é que os traços podem diminuir ou aumentar com o passar do tempo levando ao desaparecimento do transtorno.
Conforme dados do Manual de diagnósticos estatísticos de transtornos mentais, DSM V, estima-se que cerca de 5 a 10% das crianças têm transtorno de conduta, mas apenas um pequeno percentual tende a desenvolver o transtorno, portanto é uma condição rara.
Crianças com pré-diagnóstico ou falso diagnóstico de psicopatia, possuem comportamentos considerados padrões para tal transtorno, como agressividade, ego exacerbado, insensibilidade, mentiras frequentes, paixão por atividades que oferecem risco ou perigosas que liberam adrenalina como subir em árvores muito altas, tortura de animais e produção de incêndios em bens ou locais específicos.
Tal característica contém o desejo de manter o controle sobre uma determinada situação.
Apresentam ainda uma hiperatividade excessiva e possuem facilidade acima da média de fazer intriga entre os próprios colegas devido à capacidade de persuasão inerente ao transtorno.
Podem surgir ainda lapsos de extrema violência.
Infelizmente a banalização do termo tem feito surgir diagnósticos extremamente levianos, onde costumam utilizar um comportamento ou outro (fora da regra) para ser usado como quesito investigativo para o correto diagnóstico.
Mesmo porque um indivíduo com traços definidos de transtorno do comportamento antissocial é tão envolvente, que torna difícil sua identificação de maneira simples.
Tal transtorno é herdado geneticamente, no entanto, fatores como uma boa educação podem influenciar de maneira significativa no desenvolvimento ou não da psicopatia.
Em contrapartida ambientes com regras claras com imposição de limites muito bem definidos, sem qualquer tipo de violência seja ela física moral psicológica intelectual e demonstrações das consequências de todo e qualquer ato podem enaltecer o transtorno de alguns indivíduos, ao passo que esse mesmo ambiente poderá vir a incentivar o desaparecimento do transtorno.
Nesse sentido, a medicina oferece um apoio diagnóstico com exame conhecido como Pet Scan (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), para um suporte ainda maior na investigação diagnóstica.
No exame, podemos observar que em área suborbitária do lobo frontal, área relacionada ao caráter do indivíduo, nota-se uma coloração azulada, uma vez havendo inibição na absorção de glicose em casos de transtorno do comportamento antissocial.
Logo, se o comportamento por ora desviante foi identificado como um transtorno de conduta, significa que a área mencionada poderá ainda passar pelo processo de amadurecimento no controle da agressividade.
Mas nem tudo é comportamento violento, pois uma criança com fortes tendências psicopatas pode vir a aproveitar de sua supercapacidade de manipulação e convencimento a quem dele se aproxima com claro intuito de obter aquilo que objetiva.
A manipulação pode por vezes se iniciar a partir de falsos comportamentos ou traços que deixam qualquer adulto arrependido ao presenciar os olhinhos tristes e lacrimejantes.
Caso sua tentativa de causar Impacto para o remorso não atinge o objetivo, a criança pode passar então a cobrir pais ou responsáveis com afetos exagerados, além dos limites habituais para alcançar o que deseja.
Claro que a dificuldade em controlar crianças com fortes tendências psicopatas, pode influenciar a evolução do quadro na adolescência, onde passarão a praticar pequenos delitos como furtos ou até mesmo delitos mais graves como violência sexual e homicídios pós tortura, não havendo para isso a necessidade da existência de um motivo, pois tudo é causado pelo instinto.
Como dito, aquele que possui sérias tendências a desenvolver o transtorno, pode não obter sucesso na anulação do óbice, por uma boa educação, uma vez sendo um transtorno causado por problemas estruturais do cérebro.
Algumas crianças são extremamente perversas, mas não significa que continuarão a ser em sua fase adulta e muito menos que não devem ser corrigidas ou ainda aguardar a idade adulta se aproximar para observar a possível alteração comportamental.
A ausência de empatia e consequentemente de culpa, remorso e o sadismo são mais facilmente identificados entre 6 e 9 anos, no entanto esses sintomas podem ainda ser encontrados e muitas vezes confundidos com um transtorno tão terrível quanto, o chamado transtorno do apego reativo.
Uma condição também rara que geralmente compreende crianças que sofreram negligência ou maus-tratos e como consequência não desenvolveram a capacidade da afetividade e laços emocionais concretos.
Os sintomas que muito se assemelham ao transtorno do comportamento antissocial, incluem ausência de emoções, dificuldade em esboçar remorsos, culpas ou arrependimentos e evitam ao máximo o contato ocular ou físico.
Com o desenvolvimento da criança, o TAR (transtorno do apego reativo) assumi os padrões “Inibido e Desinibido”.
Os sintomas mais comuns do TAI (transtorno do apego inibido) incluem desapego, resistência ao carinho ofertado aos cuidadores, ausência do senso de responsabilidade, inibição excessiva, falha com frequência na escolha de busca por afeto e não se sentem à vontade em compartilhar o que sentem.
Já os sintomas mais comuns no TAD (transtorno do apego desinibido) incluem a sociabilidade exagerada, laços de amizade pouco seletivo, não possuem preferência afetiva entre seus cuidadores em relação a terceiros, agem de maneira pouco madura para a idade que possuem e buscam formas perigosas de conseguir afeto.
O transtorno se desenvolve com o rompimento do laço afetivo da criança com seus cuidadores e esse rompimento sempre precede a negligência.
A constante insensibilidade para as necessidades emocionais e afetivas da criança com mudança frequente de cuidadores criando uma dificuldade maior no desenvolvimento de laços afetivos estáveis, fatores como pais dependentes de bebidas alcoólicas ou drogas portadores de alguma anomalia mental ainda que leve, afastamento total ou parcial com a família consanguínea ainda que por um curto período de tempo por residir em abrigos ou instituições ou ainda pais com comportamentos delitivos.
Não se faz possível a identificação precisa do número de casos de crianças que apresentam o transtorno devido a ausência de pedidos de ajuda profissional por parte dos familiares, o que faz com que o percentual ainda que pequeno, caia na chamada cifra negra que são os casos desconhecidos ou não relatados, mas que ocorrem com frequência por ausência de denúncias.
Sabemos que tanto em crianças quantos em adultos, o diagnóstico de qualquer transtorno mental demanda condições comportamentais específicas e bem particulares.
Uma suspeita decorrente de sintomas anteriormente descritos, levam o profissional a necessidade de maiores observações médicas que podem incluir inclusive histórico familiar de alguns marcos do desenvolvimento da criança além de exames físicos.
Lembrando que não existem para esses casos exames de laboratório capazes de diagnosticar o transtorno do apego reativo, no entanto isso não significa uma provável dificuldade ou incapacidade clínica em comprovar tal transtorno.
O tratamento do TAR é especificamente voltado para transmitir o máximo possível de segurança para o portador do transtorno, principalmente para aquelas crianças que sofreram com a negligência de seus cuidadores.
Somente a partir daí o trabalho do afeto para com seus responsáveis surge.
O que muitas vezes ocorre é o distanciamento entre ambos devido à falta de conhecimento com cuidados mínimos parentais ou técnicas de relacionamento interpessoal.
O profissional poderá ainda fazer uso de uma técnica conhecida por ludoterapia, permitindo que não somente a criança, mas também seus cuidadores possam expressar seus medos inseguranças e insatisfações, assim como também demonstrar suas necessidades para trazer alguma harmonia para o relacionamento.
Por se tratar de um transtorno que atinge o comportamento do indivíduo, tal qual, a psicopatia não existe medicamentos capazes de controlar o problema, no entanto, o médico responsável poderá optar por receitar medicamentos para controle da raiva ou ansiedade exagerada que faz com que frequentemente a criança tenha problemas com sono.
A prevenção gira em torno de um maior contato de seus cuidadores com a criança, com conversas frequentes, brincadeiras e contatos visual e sorrisos.
Conversas em tom amigável, evitar expressões carregadas ou ausência de toques e não menos importante, buscar compreender a criança, interpretando os diferentes choros e por fim buscar ajuda profissional, sempre fundamental para diminuir ao máximo o impacto negativo no desenvolvimento físico mental comportamental social e até mesmo moral, uma vez que crianças diagnosticadas com o transtorno possuem uma forte tendência a alcançar a depressão e a agressividade como forma de solução de conflitos.
Poderão desenvolver ainda dificuldade no aprendizado, transtornos alimentares e se tornarem dependentes químicos.