Explorando o vínculo entre pai e filho – amores e dores entrelaçados
Quem é esse homem que se tornou meu pai? Suas dores e amores entrelaçados moldam a jornada que compartilhamos.
Toda boa história, aquelas que nos tocam fundo, e duram a vida toda de alguma forma começam com:
Era Uma Vez… um homem e uma mulher que se encontraram, se conheceram e do seu jeito se amaram e deste momento único e especial, você nasceu.
Vamos olhar para este homem? Quem é este homem?
Este homem é seu pai. Ou melhor, deste homem nasceu seu pai. Interessante pensar nisso, que pode parecer apenas um detalhe, mas não é.
Muitas vezes se sabe alguns ou muitos pontos de como foi nossa gestação, de como foi o momento do parto, das dores da mãe e pouco sabemos como foi a gestação do homem que gerou o pai.
É isso mesmo, o pai foi gerado com você e nasceu no instante em que você nasceu.
Antes havia um homem, havia o marido da mulher que se tornou sua mãe, talvez o pai de outros irmãos (sim são pais diferentes), havia o profissional, o filho, o cidadão, o amigo, inúmeros papéis, mas não o seu pai.
E esse ser de onde nasceu seu pai, foi gerado nesses 9 meses com as facilidades e as dificuldades desse período. Com todas as ansiedades e alegrias econômicas, de relacionamento, de saúde, de descobertas, de construção e transformação. Quantas coisas envolvidas!
E junto com tudo isso, neste pai moram ainda todas as dores e amores que esse homem viveu até então. E daí o que acontece? Em muitos momentos durante a vida, nos momentos rotineiros do mais simples ao mais complexo as dores e os amores, as forças e fragilidades deste homem apareceram e aparecem, não é mesmo?
Só que geralmente nesta hora o homem não é visto, quem é visto é o pai, e neste momento mágoas, raivas, ressentimentos, sensação de abandono, de desamor, são incorporadas e distanciamentos explícitos ou implícitos começam a acontecer, porque a sensação de não ser amada/o machuca, e o afastamento dá um alivio momentâneo, aparente.
E como o homem não é perfeito, ele falha, ele pisa na bola, ele não atende as expectativas da criança que você foi e da criança que continua viva em você querendo o colo do papai.
Sim… Por mais que você negue e tenha justificativas bem construídas a este respeito você ama seu pai, independente do que tenha acontecido na jornada de vocês. O amor dele é importante, ele não foi só uma mera semente, ele te presenteou com sua vida, sua mãe não fez você sozinha.
Já que estamos no mês consagrado aos pais, que tal olhar para o homem e ver as duas figuras, o pai e o homem. O homem tem suas imperfeições, está em construção, como você, mas o pai… ahhhhh o pai… Ele é perfeito! Ele te deu a vida tão plena que agorinha você está podendo ler este texto, porque está usufruindo do presente que ele te deu! E como ele te ama…
Pode ter certeza disso! Ele te ama do jeito dele, não do seu jeito…Você vê o amor dele?!
O homem de onde nasceu seu pai.
Não é perfeito.
Mas seu pai é.
Porque ele te passou a vida.
E você está vivendo ela até agora?