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Saber Ceder – Seria “abrir mão” de algo que é importante para nós?

O Ceder nos dá a impressão de termos que “abrir mão” de algo que é importante para nós mesmos e ter de aceitarmos algo que vem do outro(s). É aceitar algo que vem do outro em detrimento do seu próprio.

Desta forma é muito difícil para nós cedermos com uma certa facilidade, pois nos dá a sensação de perda, de estarmos errados e o outro certo, de fraqueza, de inferioridade, de competição, de certo e de errado, dentre outros.

Sinto que o caminho não é ceder, abrir mão, aceitar, conter o sentimento de perda e inferioridade e todos os demais, mas sim, construir-se um caminho de harmonia onde, através do diálogo, os envolvidos possam chegar a um ponto de equilíbrio e assim observarem o que é necessário para melhor desenvolver-se o foco em questão.

Não se trata de quem teve a ideia mais brilhante, ou a solução fascinante. Sempre nós vamos nos deparar com opiniões muitas vezes contrárias as nossas, não por perseguição, mas simplesmente, porque somos pessoas que sustentamos muitos valores e muitas crenças oriundas de origens diferentes, que nos tornam pessoas que pensam, escolhem e agem diferentemente uma das outras.

O melhor momento para praticarmos a harmonia entre os opostos (ceder nos conflitos), é quando conscientemente observamos que, o que está sendo trazido pelo outro é mais agregador para o todo.

Assim, é necessária a visão do todo e ser verdadeiro consigo mesmo, desapegando do orgulho e das crenças que geram o conflito e, assim, construir o ponto de equilíbrio na situação.

É muito importante ter em mente que numa relação, por exemplo, um necessita ser mais paciente, amoroso, calmo e tranquilo do que o outro e assim, saber amenizar a situação principalmente quando está gerando conflitos e brigas. Saber “ceder” em elo na consciência de saber o que é o melhor para o todo é fundamental para evitar competições de quem cede mais ou menos.

Penso que a consequência disto é uma relação difícil, onde há muitas brigas e discussões sobre quem tem razão, quem é o mais correto, quem sempre está errado. Desta forma a relação fica tensa e desagradável gerando bloqueios afetivos.

Um casal que não consegue construir a harmonia entre o que está oposto é um casal imaturo que sustenta valores de competitividade e força para ver quem ganha. É uma relação que não tem força para ser longa e nunca será prazerosa no seu todo.

Assim, o maior exercício é a prática da harmonia e sustentação do bem-estar da relação através de diálogos verdadeiros, onde um possa falar e o outro ouvir e vice-versa.

Outra questão é o casal de fato se reconhecer (um ao outro) e assumir seus verdadeiros sentimentos e objetivos quanto ao relacionamento. Não há relacionamentos perfeitos, mas sim harmônicos.
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Ramy Arany

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